Relatório mostra 91.826 unidades desses veículos chegaram ao país no ano passado, contra 10.997 em 2018. Número representa 90% do mercado formal das importações desse segmento.
A importação de patinetes elétricos e similares subiu 735% em 2019 no Brasil, aponta levantamento feito pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (Abve). De acordo com a entidade, o total de 91.826 unidades desses veículos chegaram ao país, contra 10.997 em 2018.
As informações publicadas pela GloboNews nesta quarta-feira (11) tiveram como base dados do Ministério da Economia e da Receita Federal. De acordo com Abve, o relatório representa 90% do mercado formal das importações desse segmento.
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O balanço também mostra que em 2017 apenas 1.503 patinetes elétricos foram importados para o Brasil.
A impulsão para a vinda de patinetes elétricos ao Brasil veio das empresas de compartilhamento desses veículos. O sistema de empréstimos teve uma grande expansão entre o final de 2018 e o começo de 2019, mas ainda não se consolidou.
A americana Lime, por exemplo, deixou o país após 6 meses de funcionamento, enquanto a Grow reduziu suas operações. No entanto, a Uber segue expandindo seus patinetes compartilhados.
Veículos elétricos leves em alta
Além crescimento nas importações dos patinetes elétricos, a associação aponta que todos os chamados veículos elétricos leves tiverem alta na importação em 2019.
A categoria, que reúne também scooters, bicicletas e monociclos elétricos teve o total de 126.619 unidades importadas no ano passado.
Patinete em São Paulo — Foto: Marcelo Brandt/G1
Isso representa alta de 283% na comparação com o ano anterior, quando 33.089 veículos elétricos leves chegaram ao país – em 2017, o número foi de 10.372 unidades.
Scooter ‘estilo Sanpaoli’
Scooter elétrico pode rodar em ciclovias, desde que seja menor do que uma cadeira de rodas — Foto: Divulgação
Dentro da classe de veículos elétricos leves, um tipo também se destacou pelo aumento exponencial. Chamado pela Abve de citycoco, eles são similares a um patinete, mas têm assento e muitas vezes são maiores e mais potentes.
No ano passado, esse veículo ficou famoso após o então técnico dos Santos, o argentino Jorge Sampaoli, rodar com um deles no litoral de São Paulo.
A Abve aponta que 11.195 citycocos foram importados para o Brasil em 2019, um aumento de 325% sobre 2018, quando 2.633 unidades chegaram ao país. Em 2017, o número de citycocos importados foi de 1.567.
O que diz a lei de trânsito
Os patinetes elétricos são considerados “equipamentos de mobilidade autopropelidos”, e as regras gerais apontam que esses veículos não podem rodar na rua, em meio aos carros e motos, mas estão liberados nas calçadas e ciclovias desde que observem certos limites de velocidade.
Em áreas de circulação de pedestres, ciclovias e ciclofaixas, não podem passar de :
- 6 km/h em áreas de circulação de pedestres (calçadas, calçadões);
- 20 km/h em ciclovias e ciclofaixas.
No entanto, fica a cargo de cada município e do Departamento de Trânsito (Detran) do Distrito Federal regulamentar demais regras sobre a circulação e estacionamento dos patinetes.
O que faz, por exemplo, as regras na cidade de São Paulo um pouco diferentes. Na cidade, os patinetes compartilhados não podem rodar nas calçadas e estão liberados para andar em ruas que tenham velocidade máxima de 40 km/h.
Citycoco pode precisar de placa
Dependendo do tamanho, scooter elétrico precisa ser emplacado — Foto: Divulgação
A resolução 465, de 2013, estabelece os parâmetros para os chamados equipamentos de mobilidade individual autopropelidos.
Ela prevê que veículos cujas medidas iguais ou menores do que a de cadeiras de roda, segundo a norma NBR 9050/2004, não precisam ser emplacados, e podem ser conduzidos por qualquer pessoa.
Para isso, devem ter até 1,15 metro de comprimento, 70 cm de largura e 92,5 cm de altura. Caso não se enquadrem nessas regras, os citycocos podem estar sujeitos a emplacamento e o condutor precisaria de CNH. Além disso, não poderiam rodar em ciclovias e nem calçadas, somente nas ruas.
Fonte: G1