Em sua nova edição, livro amplia conceitos e estratégias para empresas que procuram mercados mais promissores
Publicado originalmente em 2005, o livro A Estratégia do Oceano Azul (Editora Sextante, 288 páginas, R$ 60) retorna agora às livrarias em uma nova edição, com a atualização de casos de estudo, bem como a adição de dois capítulos ao conteúdo inicial da obra. Escrito pelos professores W. Chan Kim e Renée Mauborgne, o livro traz uma reflexão sobre um novo modelo de negócio passível de ser adotado por companhias de diferentes setores e tamanhos.
Kim e Mauborgne realizaram um estudo que compreendia 150 movimentos estratégicos, com abrangência de mais de 100 anos e 30 setores. Dessa forma, chegaram à conclusão de que o êxito duradouro não decorre da tradicional disputa feroz entre concorrentes, e sim da criação dos chamados “oceanos azuis”, caracterizados como novos e intocados espaços de mercado, prontos para o crescimento.
O termo “oceano azul” nasceu em contraponto ao que os autores viam como um “oceano vermelho” no mercado. Ou seja, espaços de concorrência tão ampla e agressiva que resultavam apenas em lucros com margens reduzidas para poucos players.
”Quando escrevemos o livro, usamos a metáfora dos oceanos vermelhos e azuis porque os oceanos vermelhos pareciam captar a realidade cada vez mais evidente nas organizações, enquanto os oceanos azuis captavam infinitas possibilidades que as empresas poderiam criar, como confirmou a história da indústria desde os primórdios”, escrevem os autores no prefácio do livro, que foi atualizado para a nova edição.
À época de seu lançamento inicial, o livro foi um sucesso de vendas, especialmente porque contrariava uma lógica predominante em diversos setores. De lá para cá, mais de 3,5 milhões de exemplares foram vendidos, tendo sido a obra traduzida para 43 idiomas. O termo “oceano azul” também passou a ser utilizado e analisado em diversos artigos e estudos.
Uma das principais virtudes dessa nova edição é justamente a possibilidade de os autores revisitarem e analisarem exemplos de companhias e/ou executivos que decidiram abordar as técnicas defendidas no livro.
“À medida que entramos em contato com organizações que aplicaram as ideias – e trabalhamos diretamente com muitas delas desde a publicação da primeira edição de A Estratégia do Oceano Azul –, aprendemos muito observando a trajetória das pessoas durante a aplicação dos conceitos do livro. As questões mais prementes ao executar a estratégia do oceano azul são: como alinhar todas as nossas atividades à nossa estratégia do oceano azul? O que fazer quando nosso oceano azul se torna vermelho? Como evitar a forte influência gravitacional do ‘pensamento do oceano vermelho’ – como costumamos dizer, ‘armadilhas do oceano vermelho’ – mesmo quando buscamos fortemente uma estratégia do oceano azul? Essas são as principais perguntas que nos motivaram a escrever esta edição ampliada”, escrevem.
Um dos novos pontos abordados na edição ampliada, por exemplo, diz respeito justamente às armadilhas em que muitas empresas costumam cair na medida em que passam a aplicar os conceitos do “oceano azul” em seu dia a dia. Como toda mudança, a alteração de estratégias requer determinação por parte dos colaboradores e das próprias companhias para não “fraquejar” diante das primeiras dificuldades.
“A análise dessas armadilhas é fundamental para que se projetem os modelos corretos para a criação de oceanos azuis. Com a compreensão adequada do conceito, pode-se evitar as armadilhas e aplicar com acuidade as ferramentas associadas e a metodologia para que as ações estratégicas corretas possam ser produzidas ao zarpar em águas azuis e cristalinas”, complementam.
Outros dois capítulos do livro são novos e destacam dois elementos em especial, no âmbito da estratégia do “oceano azul”: alinhamento e renovação. O primeiro está ligado a um desafio que, de acordo com os autores, foi observado em muitas companhias que adotaram o método. Afinal, como alinhar o programa de atividades da empresa (que normalmente incluirá uma rede potencial de parceiros externos) para criar um oceano azul na prática. Para tanto, os professores defendem um método simples, porém abrangente, que é exposto no livro de modo a garantir que os componentes-chave de uma organização estejam alinhados para suportar as mudanças estratégicas exigidas pela mudança de rota.
Além disso, o conteúdo inédito da obra traz reflexões acerca da renovação do oceano azul no qual a empresa passou a atuar. Afinal, conforme destacam os autores, todo oceano azul será, em algum momento, imitado e se tornará vermelho.
“Entender o processo de renovação é vital para assegurar que a criação dos oceanos azuis não seja um caso isolado e possa ser institucionalizado como um processo a ser repetido na empresa. Nesta edição, instruímos os líderes a transformar a conquista estática da criação dos oceanos azuis em um processo dinâmico de renovação, tanto no nível do negócio quanto no corporativo, para empresas multinegócios”, completam no livro.
Vale a leitura! Nem que seja como uma provocação à reflexão sobre um método de trabalho já enraizado em sua empresa. Os próprios autores deixam claro que a mudança não é sutil, e muito menos simples. Os resultados, no entanto, podem ser recompensadores.
Escrito por: Redação