Mercado financeiro segue rebaixando expectativa de crescimento para PIB brasileiro
Os últimos números de projeções divulgadas pelo mercado financeiro confirmam uma percepção que a maioria dos brasileiros, de alguma forma, já tem percebido em seu dia a dia: a expectativa em torno da recuperação da economia do País tem sido cada vez mais discreta. Os números são divulgados pelo boletim Focus, publicação semanal que é distribuída pelo Banco Central com base em perspectivas de diversas instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos. Semana após semana, o mercado vem se mostrando cada vez mais cético em relação à recuperação brasileira. Ainda que a depreciação seja mínima, a evolução tem sido negativa período após período. A última projeção indica que a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2019 será de 1,23%. Para 2020, a expectativa é de 2,50%, índice que se repete para os exercícios de 2021 e 2022.
Em relação à inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as instituições financeiras mantêm a expectativa de que 2019 feche em 4,07%. E a cada ano, o índice seria reduzido: 4% em 2020 e 3,75% em 2021 e 2022. Vale salientar que a meta de inflação de 2019, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,25% com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.
CONTAS EXTERNAS
Outro dado de vital importância divulgado pelo Banco Central diz respeito ao déficit em transações correntes (compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do País com outras nações). O índice chegou a US$ 62 milhões em abril (último período de dados disponíveis). Dessa forma, o resultado ficou próximo ao registrado no mesmo período de 2018: déficit de US$ 61 milhões.
No acumulado do ano, de janeiro a abril, o déficit chegou a US$ 8,225 bilhões, contra US$ 9,062 bilhões em igual período do ano passado. O governo destaca, no entanto, que, em abril, o resultado negativo das contas externas foi totalmente coberto pelos investimentos diretos no País (IDP).
“Quando o País registra saldo negativo em transações correntes precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo. No mês passado, o IDP chegou a US$ 6,957 bilhões. Em igual mês de 2018, esses investimentos chegaram a US$ 2,970 bilhões. No primeiro quadrimestre, esses investimentos totalizaram US$ 28,069 bilhões, contra US$ 23,892 bilhões em igual período do ano passado”, aponta a Agência Brasil, em cobertura sobre o assunto.
INCENTIVO A STARTUPS
Outro tema de destaque relacionado à recuperação da economia do País é o incentivo que o governo federal deseja adotar em relação às startups. Foi aberta consulta pública com o objetivo de conhecer a opinião de interessados e receber sugestões para o desenvolvimento de uma nova legislação voltada especificamente a esse tipo de empresa.
“O objetivo da consulta pública é subsidiar a elaboração de um novo marco legal para o setor, que abrange conjunto de normas formado não somente por uma lei ordinária, mas também por outras modalidades de regras, como decretos, portarias e instruções normativas que afetam o ambiente de negócios para essas firmas de tecnologia”, explica a Agência Brasil.
Para isso, um questionário foi criado e por meio dele será possível receber contribuições dos cidadãos sobre a proposta em construção. A sondagem está acessível no site www.startuppoint. gov.br e as sugestões devem ser enviadas até o dia 23 de junho.
Logo na primeira questão, o questionário pergunta sobre a necessidade de estabelecer uma definição na legislação para o termo “startup”. De acordo com o texto da consulta, o Brasil conta atualmente com conceitos diversos, sendo que alguns focam o caráter inovador dessas companhias e outros destacam a emergência de novos modelos de negócio.
Outro objetivo do levantamento é entender quais seriam os critérios que caracterizariam uma startup, passando por questões como número de funcionários, depósito de patentes, enquadramento societário, grau de uso de tecnologia, nível de ineditismo em modelos de negócios e comercialização de serviço inovador.
“A gente tem mais de 12 mil startups no Brasil. A ideia é remover barreiras e obstáculos e criar instrumentos que apoiem o desenvolvimento dessas startups”, explica o subsecretário de Inovação da Secretaria de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Igor Nazareth.
Ainda de acordo com o subsecretário, após o término da consulta, o ministério avaliará as contribuições oriundas do levantamento. “Uma vez que a gente tiver aí os instrumentos normativos, vamos fazer uma avaliação com outros órgãos de governo para depois enviar isso pro Congresso”, completa.
Ainda que em seu início, o projeto demonstra a preocupação do País com uma questão que, em diversos outros países, já recebe uma legislação específica e detalhada. A falta de regulamentação, de clareza e de incentivos compõem as principais reclamações dos brasileiros que tentam se aventurar no universo das startups.
*Com informações da Agência Brasil.
Escrito por: Redação