Livro aborda como encontrar sucesso, felicidade e propósito na segunda metade da vida
Segundo Arthur C. Brooks, cientista social e professor de práticas de liderança e de gestão na Harvard Kennedy School e na Harvard Business School, na primeira metade da vida as pessoas obstinadas e ambiciosas geralmente mergulham de cabeça em uma fórmula simples para alcançar o sucesso profissional e pessoal: foco, trabalho incessante, sacrifícios pessoais e grande empenho para chegar ao topo. De acordo com ele, dá certo, até que um dia para de dar.
No entanto, a segunda metade da vida é regida por regras diferentes. Na meia-idade, para muitos desses obstinados, o sucesso chega com cada vez mais dificuldade, as recompensas se tornam menos satisfatórias e as relações familiares ficam mais escassas. Em resposta, essas pessoas dobram a carga de trabalho em uma tentativa de contornar o declínio e a fraqueza e negam mudanças cada vez mais evidentes. O resultado costuma ser raiva, medo e decepção justo em um momento da vida em que imaginamos que estaríamos plenamente felizes, realizados e orgulhosos.
Para abordar o assunto, Brooks lança agora o livro Cada vez mais forte (Editora Intrínseca, 256 páginas, R$ 60), com o objetivo de apresentar um caminho diferente e promissor para que as pessoas possam seguir em sua segunda metade da vida. O autor é especialista em felicidade e já publicou 11 livros.
Valendo-se das ciências, da filosofia clássica, da teologia e da história, Brooks compartilha estratégias contraintuitivas para nos desvencilharmos de velhos hábitos e aderir a novas práticas. Para o autor, as transformações da vida são inevitáveis, mas o sofrimento, não.
“Elaborei minhas pesquisas me valendo de literaturas variadas, a começar pela minha área — ciências sociais —, passando por áreas adjacentes, como neurociência, filosofia, teologia e história. Mergulhei nas biografias das personalidades mais bem–sucedidas do mundo. Também me aprofundei na pesquisa acerca das pessoas que se empenham na busca pela excelência e entrevistei centenas de líderes, desde chefes de Estado a proprietários de lojas de material de construção”, afirma o autor para, em seguida, explicar o que encontrou em suas pesquisas.
“O que encontrei foi uma fonte oculta de angústia que não apenas era difundida como também era quase universal entre as pessoas que tiveram êxito nas respectivas carreiras. Passei a chamar esse fenômeno de ‘maldição do obstinado’: pessoas que se esforçam para serem excelentes no que fazem costumam encarar seu inevitável declínio como aterrorizante, seus sucessos como cada vez mais insatisfatórios e seus relacionamentos como incompletos”, completa.
A boa notícia é que o autor afirma ter encontrado também um modo alternativo para lidar com a segunda metade da vida. Uma estratégia para “fugir da maldição”. Desse modo, o autor construiu um plano estratégico para o restante de sua vida, algo que lhe desse a chance de ter uma segunda metade de vida adulta mais feliz e significativa do que a primeira e que, definitivamente, não fosse decepcionante.
“Diferentemente do mundo que tentamos conquistar quando somos mais jovens, nesta segunda parte da vida não há mais competição pelos prêmios. Todos nós podemos ser bem-sucedidos e felizes. E foi por isso que escrevi este livro para você, meu companheiro obstinado”, escreve o autor no novo livro.
Transformando as mudanças em fonte de forças
De acordo com o autor, uma das principais fontes de infelicidade de profissionais bem-sucedidos na segunda metade da vida é simplesmente ignorar que as coisas mudam. O sucesso obtido com trabalho árduo e muito sacrifício dão lugar a um novo cenário após a primeira metade da vida.
“Você merece elogios e admiração, e deve tê-los recebido. Mas também sabe, de forma racional, que não pode manter essa festa rolando para sempre, e talvez já até note os sinais de que o fim está próximo. Infelizmente, você nunca pensou muito no fim da festa, por isso só vai ter uma estratégia: tentar seguir em frente. Ignorar a mudança e trabalhar ainda mais duro”, escreve.
Ao ressaltar que esse é um caminho certo para a tristeza, Brooks cita a Lei de Stein, que recebeu esse nome em homenagem ao famoso economista da década de 1970, Herbert Stein: “Se uma coisa não pode continuar para sempre, ela vai parar”. Quando se trata da própria vida, as pessoas simplesmente ignoram esse preceito o tempo todo. As coisas vão parar, vão mudar e o simples fato de negar esse cenário não o tornará diferente.
Para o autor, ao invés de negar que há algo de diferente com as suas habilidades, é possível transformar a própria mudança em uma fonte de força. Ao invés de tentar evitar o declínio, é possível transcendê-lo ao encontrar um novo tipo de sucesso, melhor que as promessas do mundo e que não seja um receptáculo de neurose e vício. É esse o processo que o autor descreve no livro, com o objetivo de gerar uma forma mais profunda de felicidades comparada à comumente encontrada na primeira metade da vida.
“Um aviso: seguir esse [novo] caminho significa ir contra muitos dos seus instintos de batalha. Vou lhe pedir que não negue suas fraquezas, e sim que baixe sua guarda e as abrace; que se livre de algumas das coisas pelas quais trabalhou duro na vida, mas que agora estão segurando você; que adote partes da sua jornada que vão fazê–lo feliz, mesmo que não o tornem especial; que encare o declínio — e até a morte — com coragem e confiança; que reconstrua os relacionamentos que negligenciou na longa estrada para o sucesso, e que mergulhe na incerteza de uma transição da qual você lutou tanto para escapar”, explica.
“Nada disso é fácil — na verdade, é difícil ensinar novos truques a um velho lutador! É preciso muito esforço para aceitar as ideias que talvez parecessem malucas na época em que você estava fazendo todo o possível para ser realmente incrível na sua vocação mundana. Mas prometo que a recompensa vai valer a pena. Eu posso ser mais feliz a cada ano. E você também”, complementa.
Vale a leitura e os aprendizados!
Escrito por: Redação