Em livro, especialista mostra técnicas para tornar conversas mais eficazes
Já não é segredo para ninguém que a intolerância e a polarização são um dos males mais atuais da sociedade e impactam os seres humanos nos mais diversos países e nos mais distintos contextos, seja na vida social ou no trabalho.
Não só no Brasil, mas em diversos outros países, as pessoas parecem ter perdido a capacidade de dialogar, de discordar um do outro sem que isso seja levado a atitudes extremas.
Chega às livrarias brasileiras uma obra que pretende justamente falar sobre esse tema, provocando reflexões importantes. Em Discuta Menos, dialogue mais (Editora Intrínseca, 240 páginas, R$ 60), Jefferson Fisher propõe-se a ensinar técnicas que têm o objetivo de transformar as próximas conversas dos leitores.
Fisher é advogado, escritor e palestrante norte-americano. Tornou-se conhecido por, principalmente, ajudar pessoas a se comunicarem melhor, com vídeos práticos e forte presença. Atualmente, é um dos palestrantes sobre comunicação em empresas mais procurados da Fortune 500.
Com o livro, o objetivo de Fisher é apresentar frases e estratégias para que as pessoas consigam mudar a forma como sempre se comunicaram em situações desafiadoras, seja na vida pessoal ou no ambiente de trabalho.
O autor propõe um sistema de comunicação que é dividido em três partes: fale com controle, fale com confiança e fale com conexão. Em tese, esse sistema pode ser aplicado a qualquer situação. Cada palavra é importante e, ao controlar a forma como se comunica todos os dias, o leitor será capaz de gerar um impacto positivo que repercutirá em todos os seus relacionamentos.
“O tema [do livro] é como falar com desenvoltura, de queixo erguido, para acolher a vulnerabilidade que vem ao colocarmos todas as cartas na mesa. Como dizer o que pensamos e pensar o que dizemos. Tem a ver com preferir a coragem ao conforto, mesmo quando nossa voz está trêmula”, explica o autor.
Fisher propõe afastar alguns mitos relacionados a uma comunicação direta e assertiva. De acordo com ele, por exemplo, ser direto ao falar não significa abrir mão da empatia ou da consideração pelos sentimentos alheios.
“Ser direto significa estar confiante de que podemos respeitar tanto o interlocutor quanto nós mesmos o suficiente para comunicarmos nossas necessidades abertamente e sem medo. Não é preciso ser uma pessoa assertiva para falar assertivamente. As palavras fazem isso por você. É isto que este livro oferece: as palavras certas”, completa.
Em todos esses anos de atendimento a pessoas com as mais diversas demandas, o autor destaca que há três perguntas que são feitas recorrentemente:
- Como conversar com alguém que está na defensiva?
- O que responder quando sou depreciado por alguém?
- Como estabeleço meus limites?
De acordo com ele, o livro pretende ajudar os leitores a encarar conversas difíceis como as citadas de maneira eficaz e consciente. Para isso, o livro é dividido em duas partes.
“A primeira explica como se conectar consigo mesmo. Sei que isso soa meio místico demais. Mas não é. Tem a ver com a atitude mental que adotamos quando surge um conflito e, mais importante, como alavancar essa mentalidade para obter melhores resultados. A segunda parte ensina a usar essa alavancagem para se conectar aos outros. O modo como nos conectamos depende da situação, seja ao lidar com uma conversa difícil, seja durante a defesa de nosso ponto de vista”, explica.
Ao falar sobre as três regras de seu sistema de comunicação (fale com controle; com confiança; para se conectar), o especialista afirma que há táticas comprovadas que podem ser usadas imediatamente.
“Ao longo do livro, eu mostrarei como soa e qual é a sensação de uma comunicação confiante. Você verá histórias reais tiradas de minhas experiências pessoais e profissionais. Também verá conversas hipotéticas que tocam em pontos delicados. Aprenderá o que dizer ou não e, claro, como dizer”, completa.
Questões diversas
No livro, Fisher também fala sobre a variedade de questões que passou a receber após falar sobre diálogos e comunicação efetiva na internet. De acordo com o especialista, as pessoas enviavam mensagens para saber como falar com um chefe que nunca considera suas ideias, sobre o que dizer a uma filha adulta e distante ou ao companheiro que quer sempre estar com a razão.
O autor conta que, após receber milhares de mensagens com esse tipo de conteúdo, aprendeu que, independentemente de como formulamos a questão, o problema das pessoas não é o que dizer, mas como dizer.
“Sempre que deparo com uma dessas questões, minha primeira reação é fazer a pergunta que meus pais me faziam: ‘Bem, o que você gostaria que a pessoa soubesse?’ Até hoje, nunca me responderam ‘não sei’. Sempre recebo uma resposta rápida. As pessoas já sabem o que querem dizer, porque, lá no fundo, é um reflexo do que estão sentindo: quero que a pessoa saiba que isso me magoa, que preciso de espaço, que perceba todo meu nervosismo. Os sentimentos se revelam naturalmente. Mas articular o que se sente para os outros? Não é tão fácil. Na verdade, é desanimador como algo tão simples pode parecer tão inacessível”, complementa.
Conforme destaca o especialista, geralmente quem o procura está em busca da mesma coisa: soluções reais para problemas reais. Você não precisa saber o que, só precisa saber como, afirma.
“Como se expressar de forma respeitosa em relação tanto às suas opiniões quanto às da outra pessoa? Como defender seu ponto de vista sem prejudicar seu relacionamento? Como manifestar o que pensa com autenticidade e empatia, mas, ao mesmo tempo, demonstrando que tem coragem?”, completa.
Vale a leitura!
Escrito por: Redação