Com mais de 16 milhões de exemplares vendidos, Como fazer amigos e influenciar pessoas segue na lista dos mais valorizados nas leituras de negócios
Em meio a tantos livros que chegam diariamente às lojas brasileiras, selecionar o que vale a pena torna-se uma tarefa essencial para não se perder em meio ao mar de informações. Nesse sentido, sem menosprezar os lançamentos, é preciso atentar-se também a obras clássicas que seguem extremamente atuais em relação ao desenvolvimento pessoal e de carreira.
Assim, vale destacar o livro Como fazer amigos e influenciar pessoas (Editora Sextante, 256 páginas, R$ 60), de Dale Carnegie, publicado originalmente em 1936. Há décadas, a obra figura nas primeiras posições dos livros mais vendidos em todo o mundo e se consolidou como uma das mais influentes no campo do desenvolvimento pessoal e das relações interpessoais. Atualmente, segue sendo considerado leitura obrigatória para quem busca melhorar suas habilidades sociais, comunicação e liderança.
Carnegie foi um escritor e palestrante americano, que morreu em 1955. Escreveu livros que marcaram época e venderam mais de 50 milhões de exemplares em dezenas de idiomas ao redor do mundo. Além disso, fundou a Dale Carnegie Training, que ministra cursos de desenvolvimento pessoal, vendas, treinamento corporativo, oratória e habilidades interpessoais. Criada em 1912, hoje é uma organização internacional presente em mais de 90 países.
O livro Como fazer amigos e influenciar pessoas já vendeu mais de 16 milhões de cópias e foi sendo atualizado ao longo das últimas décadas de modo a refletir as novas características inerentes ao mercado de trabalho.
Em sua primeira edição, Carnegie afirma que escreveu o livro porque entendeu que apenas oferecer cursos de oratória não era suficiente para preparar bons executivos e líderes para o mercado de trabalho da época.
“Fui percebendo que, por mais que esses adultos necessitassem de treinamento em oratória eficiente, eles precisavam ainda mais de treinamento na bela arte de lidar com pessoas nos negócios e em seus contatos sociais”, escreveu o autor.
“O trato social é, provavelmente, o maior problema que as pessoas enfrentam no dia a dia, sobretudo no mundo corporativo. Sim, isso também vale para quem trabalha em casa, para arquitetos ou engenheiros. Pesquisas realizadas há alguns anos pela Fundação Carnegie para o Desenvolvimento do Ensino desvendaram um fato fundamental e significativo – que, tempos depois, foi confirmado por outros estudos conduzidos pelo Instituto Carnegie de Tecnologia. As pesquisas revelaram que, mesmo em áreas técnicas como a engenharia, apenas cerca de 15% do sucesso financeiro de um profissional se devem ao conhecimento técnico e 85% à habilidade na engenharia humana – ou melhor, à personalidade e à capacidade de liderar pessoas –”, completou.
Entre os principais pontos fortes do livro está o fato de que o escritor aposta na praticidade e na clareza para expor seus conselhos. Carnegie evita jargões técnicos e escreve de maneira acessível, ilustrando cada lição com exemplos reais, tirados de suas experiências ou de personalidades da época. Isso torna o conteúdo aplicável ao cotidiano de qualquer leitor.
Além disso, as lições propostas (como mostrar interesse genuíno pelos outros, evitar críticas e fazer com que a outra pessoa se sinta importante) são atemporais e universais. São conceitos que transcendem culturas e contextos, funcionando tanto em ambientes profissionais quanto pessoais.
O autor também valoriza a questão humana das relações interpessoais. É preciso adotar, de acordo com ele, uma abordagem empática no dia a dia: ouvir mais, elogiar sinceramente e evitar a imposição de opiniões. Se pensarmos em nossa era atual, marcada por relações superficiais e comunicação digital, essas ideias ganham ainda mais importância.
Como usar o livro nos negócios
Apesar do foco individual de seus conselhos, o livro de Carnegie tem ótima aplicabilidade no universo dos negócios, independentemente do tamanho da empresa ou do ramo de atuação.
Pensando em melhorar a liderança e gestão das pessoas, o autor enfatiza a importância de tratar os outros com respeito, escutar genuinamente e incentivar de forma positiva. Para líderes e gestores, isso significa evitar críticas diretas, orientar de forma construtiva, reconhecer os méritos dos colaboradores de maneira sincera e envolver as pessoas nas decisões, aumentando o senso de pertencimento e motivação. São práticas que contribuem para ambientes mais saudáveis, colaborativos e produtivos.
No campo de vendas e negociações, o autor ensina os leitores a despertar o interesse do outro falando sobre o que é importante para ele. Carnegie também mostra como criar uma conexão emocional para facilitar acordos e valoriza a adoção de uma escuta ativa, de modo a entender efetivamente as necessidades da outra parte (o cliente, por exemplo). Se aplicadas corretamente, as técnicas permitem não só fechar vendas, mas construir relações mais duradouras com os clientes.
Carnegie propõe também que os leitores aprimorem sua comunicação interpessoal, tanto na vida social quanto no trabalho. Para isso, reforça a importância de evitar discussões desnecessárias. Além disso, aconselha o uso de técnicas como usar o nome das pessoas com frequência durante uma conversa e fazer perguntas ao invés de simplesmente dar ordens. Tudo isso com o objetivo de tornar a comunicação mais eficiente e menos conflituosa, especialmente em ambientes com muita pressão.
O especialista escreve que, ao incentivar a empatia, a valorização do outro e a cooperação, as empresas tendem a ter maior engajamento dos colaboradores, reter mais talentos e construir reputações mais positivas no mercado.
Quanto ao atendimento ao cliente e relacionamento com parceiros, Carnegie escreve que o profissional deve ouvir e compreender antes de oferecer soluções. É necessário tratar reclamações com empatia, sem se defender de forma agressiva, e fazer o outro sentir-se importante. De acordo com ele, isso fideliza o cliente e o transforma em promotor da marca.
A leitura segue muito válida!
Escrito por: Redação