Serão ao menos 15 lançamentos nos próximos 5 anos, sendo que o foco são os SUVs.
grupo empresarial se chama Fiat Chrysler. No entanto, nem Fiat, nem Chrysler serão as principais marcas do conglomerado. Os planos da FCA para os próximos anos começaram a ser revelados no início do mês.
No entanto, a Fiat ficou de fora das apresentações das chamadas marcas “globais” – Jeep, Ram, Alfa Romeo e Maserati.
Nesta segunda-feira (24), o presidente da FCA para a América Latina, Antonio Filosa, deu mais detalhes sobre o futuro da Fiat.
“A Fiat será uma marca regional, com um DNA forte em design”, diz.
Isso quer dizer que a empresa pode ter atuação mais tímida (ou ficar de fora) dos maiores mercados do mundo, como Estados Unidos (onde atualmente vende 5 modelos) e China (onde tem 3 veículos à venda).
Aposta no Brasil
É aí que o Brasil entra como uma grande aposta na continuidade da fabricante centenária.
“A Itália vai fazer o mesmo papel que o Brasil para a Fiat, só que na região Europa e Oriente Médio”, afirma Filosa.
O papel citado pelo presidente é o de ser protagonista na produção e venda de carros da Fiat.
Para que isso se concretize, a Fiat receberá cerca de R$ 9 bilhões em investimentos nos próximos cinco anos (dos R$ 14 bilhões que a FCA irá aplicar na América Latina). A maior parte do montante será destinada a novos produtos – serão ao menos 15 nos próximos cinco anos.
Finalmente, SUVs
Pelo menos três dos futuros lançamentos da Fiat serão SUVs, segmento que a marca não atua desde que o Freemont saiu de linha há alguns anos. E até 2022 virão logo três.
“Teremos um veículo utilitário de acesso, outro para a família, e outro maior, também familiar”, descreve Filosa.
Isso vai em sentido oposto ao que o ex-mandatário, Stefan Ketter, afirmou ao G1, em entrevista gravada em dezembro. Na ocasião, Ketter disse que os SUVs seriam prioridade da Jeep.
Agora, Filosa explicou as diferenças entre SUVs da Fiat e da Jeep.
“Os carros da Fiat vão se destacar pelo design, terão tecnologias inovadoras e muita versatilidade”.
Já os modelos da marca Jeep continuarão com a capacidade off-road como ponto forte. “Um SUV da Jeep certamente terá tração 4×4. O da Fiat, talvez não”, completa.
A mudança de estratégia tem a ver com a saúde dos negócios da Fiat. Até alguns anos atrás, a marca era conhecida pelos produtos nos segmentos de entrada, como Palio e Uno.
“Não podemos pensar em não ter SUVs. Vamos expandir para a faixa que tem uma rentabilidade média maior”.
Carro novo só em 2019 ou 2020
No entanto, os interessados nos novos produtos da Fiat terão que esperar. Modelos inéditos só devem chegar na virada de 2019 para 2020. É o caso dos SUVs e da picape compacta.
O G1 apurou que ela chega, inicialmente, para conviver com a Strada. No entanto, deve substituir a líder de vendas da categoria com o tempo, em movimento parecido com o de Palio e Argo.
Investimento em produção
Além do dinheiro investido para criar novos carros, a FCA também vai destinar uma parcela do aporte no processo produtivo. Isso não significa aumentar a capacidade produtiva, que hoje é de 1,25 milhão de unidades por ano, mas sim de melhorar a forma com que os carros são construídos.
A marca quer aumentar o nível de automação de suas unidades – Betim (MG) e Goiana (PE). A fábrica pernambucana inclusive é considerada a mais moderna do grupo em todo o mundo.
Em Minas, a Fiat começou a fabricar em 2016 a nova família de motores Firefly, de forma praticamente automatizada. Agora, o objetivo é expandir a tecnologia para outras áreas da produção.
Outra frente é o lançamento dos motores Firefly com turbo. Eles foram apresentados na Europa, e estreiam no Jeep Renegade. Por aqui, não deve chegar tão cedo ao utilitário. Mas serão aplicados em novos carros da Fiat.
Fonte: G1