Em livro, especialista explica como hábitos e escolhas ajudam a atingir conquistas e sonhos.
O autor Gustavo Cerbasi é um especialista em inteligência financeira. Seus 16 livros já venderam mais de 2 milhões de exemplares e ele atinge outros tantos milhões de brasileiros a partir de treinamentos e cursos oferecidos on-line. Em toda a sua obra, Cerbasi ficou conhecido por promover ideias relacionadas à poupança de valores, bem como em seu posterior investimento, para garantir condições econômicas mais favoráveis no médio prazo. No novo livro, A Riqueza da Vida Simples (Editora Sextante, 176 páginas, R$ 40), o autor foca em conceitos diferentes, entretanto.
A obra destaca assuntos como redução de gastos fixos, adoção do estilo de vista minimalista e fartura apenas no que é genuinamente importante ao leitor. A proposta do novo livro surgiu justamente da observação de Cerbasi em relação ao retorno que obtinha de leitores e alunos que se interessavam profundamente em seus conceitos, mas cujos estilos de vida não os permitiam colocá-los em prática.
Em seu livro anterior, Adeus, aposentadoria, lançado em 2015, Cerbasi trabalhou aspectos emocionais do planejamento que visassem à construção de uma prosperidade palpável e viável para todos. “Com essa obra, virei do avesso as premissas de um planejamento tradicional (sacrificar, economizar, acumular e desfrutar) para atender também às pessoas que não se enquadravam nesse modelo. Não consegue economizar? Mude sua vida! Não conseguirá se aposentar aos 65? Aposente-se mais tarde! Não aguentará trabalhar tanto? Planeje-se para uma carreira mais prazerosa! Acha que estará velho ao se aposentar? Cuide mais de sua saúde e de sua mente!”, escreve o autor, na abertura de sua mais recente obra.
O especialista se baseava principalmente em iniciativas que respondia aos questionamentos de quem sentia que não conseguia poupar. Dessa forma, para aqueles que não conseguiam efetuar uma poupança, Cerbasi orientava a mudança para uma casa menor, a escolha por um automóvel mais barato ou até mesmo a adoção de um estilo de vida mais simples.
“Nesse ponto, eu esbarrava em dois sentimentos de resistência por parte de meus leitores. Primeiro, há quem não tenha o que cortar. Seria ótimo reduzir o padrão de moradia, desde que a pessoa tivesse uma casa ou não pagasse aluguel no bairro mais barato da cidade. Seria bom ter um automóvel mais barato, desde que a pessoa não andasse de ônibus. Como simplificar um estilo de vida que já está no osso?”, questiona o autor.
Cerbasi afirma também ter identificado outro sentimento em seus leitores, a partir das recomendações que fez em sua obra: a resistência a diminuir ou a recuar em qualquer aspecto de seus estilos de vida. Para ele, é fácil entender essa resistência. “Nós nos esforçamos para evoluir, sentimos dificuldade em reconhecer nossos erros e fracassos e temos uma forte resistência emocional a nos desfazer de más escolhas – principalmente as complexas, como imóvel, trabalho e automóvel – para enquadrar nosso orçamento no que seria um nível equilibrado”, completa.
É com base em todos esses conceitos que Cerbasi orienta seus leitores em seu novo livro. Quando defende mudanças em diversos aspectos do cotidiano, o autor aborda um estilo de vida que vem ganhando mais adeptos ao longo dos últimos anos em todo o mundo: o minimalismo. Trata-se de um estilo que prioriza aquilo que é essencial a cada um e que pode ser aplicado no âmbito material e também no pessoal.
O autor relata que, com a nova obra, pretende provar que a independência financeira é viável mesmo para pessoas cujas rendas não sejam altas, cujas residências estejam localizadas em comunidades carentes de recursos ou que apresentam uma rotina financeira de onde aparentemente não há mais de onde cortar.
Além disso, ressalta que é possível sim aumentar seu conforto e sua qualidade de vida mesmo quando se abre mão de sofisticação e status. Para o autor, a maioria das pessoas convive com a crença de que prosperar é para poucos. Consequentemente, acabam buscando conforto em estratégias que Cerbasi considera serem comprovadamente malsucedidas, tais como: a ilusão do emprego público; a esperança das loterias; a busca de um padrinho ou mentor que abra portas; o voto em políticos populistas; a dedicação incondicional a um emprego que não será eterno; a bajulação de parentes ricos; investimentos milagrosos, e negócios que prometem ganhos fáceis ou rápidos.
Um dos pontos mais interessantes no novo livro de Cerbasi é mostrar que a baixa qualidade de vida não está relacionada apenas a famílias que têm uma renda considerada baixa. Na maioria dos casos, quanto maior a renda, maiores serão também os gastos que serão considerados essenciais por cada um de nós. A máxima já é conhecida: quanto mais ganhamos, mais gastamos. O problema é que essa dinâmica traz uma rotina extremamente estressante e desgastante.
Cerbasi destaca que perdemos a capacidade de distinguir o que, de fato, é essencial para o nosso bem-estar e conforto e acabamos nos acostumando a um estilo de vida cada vez mais caro e dependente de uma fonte de renda que pode diminuir (ou cessar) de uma hora para outra.
“A boa escola, o bom plano de saúde, o bom carro comprado por influência das escolhas dos colegas, a boa moradia no condomínio sugerido pelo chefe, a roupa de grife e da moda para não sofrer olhares de reprovação, trazem também uma cadeia de custos, impostos e manutenção – raramente planejados com antecedência – que impossibilita poupar no ritmo recomendado. Uma vez conquistado o status, como voltar atrás? O que descartar de um padrão de vida em que um gasto puxa outro?”, questiona o autor.
Com uma linguagem simples e direta, Cerbasi ensina justamente a identificar o que é essencial, o que pode ser cortado e reduzido e também o que pode ser substituído, gerando ganhos imediatos ou no médio prazo. Vale a leitura a todos, especialmente para aqueles que não suportam mais a rotina de viver apenas para pagar as contas.
Escrito por: Redação