Cinto de segurança. O mais importante dos itens de proteção individual de um automóvel é um equipamento que já tem mais de 100 anos e é a primeira linha de defesa para manter os ocupantes seguros em cada de acidente.
Tendo evoluído muito ao longo dos anos, o cinto de segurança é um dispositivo obrigatório por lei em praticamente todo o mundo e parte integrante de qualquer veículo, seja ele ônibus, caminhões ou automóveis.
O cinto de segurança salvou durante décadas milhões de vidas e, embora muitos ignorem isso, a tira de proteção individual precisa de cuidados com higiene e manutenção.
Geralmente de três pontos de fixação, o cinto teve outras posições, já foi até automático e, em competições, agarra bem o piloto com quatro, cinco ou seis pontos de fixação.
Em algumas marcas, por exemplo, o cinto de segurança tem seu próprio airbag, reduzindo assim o esforço sobre o condutor durante uma colisão.
O cinto de segurança tem como função primária manter os ocupantes do veículo presos aos assentos, evitando que o mesmo se projete para frente ou mesmo para os lados em caso de colisão.
Com um sistema de pré-tensionamento, o cinto de segurança atua em conjunto com os airbags ou bolsas infláveis de proteção frontal, lateral, joelho ou de cortina, ainda que existam os airbags centrais, que evitam colisões de cabeça.
Esse é um detalhe importante, pois, os cintos de segurança comuns não são eficazes totalmente em deslocamento lateral do corpo humano, por isso se tornou necessário este dispositivo, ainda não presente em carros nacionais.
No veículo, o cinto impede a projeção do corpo para frente, impedindo-o de colidir contra o painel ou volante, no caso da frente, ou encostos dos bancos dianteiros, por exemplo.
O Latin NCAP, por exemplo, alerta que os airbags são ineficazes sem o uso do cinto de segurança, indicando seu uso obrigatório.
Os cintos também prendem cadeirinhas infantis sem Isofix, sendo assim um importante item de proteção para adultos e crianças, além de animais, já que os pets também possuem cintos adquiridos separadamente.
Em alguns casos, o cinto de segurança não atado impede a partida do veículo ou desativa uma função de assistência ao condutor, tendo sempre alerta de não afivelamento e recomendações para o uso do dispositivo em caso de cadeiras infantis.
Cinto de segurança – como funciona
Com dispositivos de trava e recolhimento automático, o cinto de segurança tem até a função de puxar o corpo do passageiro contra o assento, no chamado pré-tensionamento, de modo a deixá-lo distante do volante ou painel e dar espaço para o airbag inflar em caso de colisão.
Neste último, o cinto de segurança com pré-tensionador não consegue usar a força de tensão programada do dispositivo que, por exemplo, pode funcionar em uma frenagem forte ou mesmo quando as rodas saem do chão, entendo o sistema que o veículo vai capotar.
Em caso de impacto, sensores na frente do veículo ativam os airbags e ao mesmo tempo comunicam os cintos de segurança de que está ocorrendo uma colisão.
Sim, o tempo de comunicação é tão curto que, enquanto o veículo ainda está deformando com o impacto, as bolsas infláveis e os cintos de segurança já estão agindo.
Devido então às altas tensões geradas no impacto, os tensionadores dos cintos dianteiros não suportam o esforço de segurar o corpo humano, cuja massa se multiplica várias vezes no processo.
Assim, cargas explosivas na forma de cartuchos são deflagradas nos enroladores dos cintos, de modo a girar os rolos com uma força muito maior.
Seria mais ou menos como usar o vapor para catapultar um caça de combate de um convés de porta-aviões, porém, com carga g muito maior.
Desse modo, o corpo do motorista ou passageiro ainda é projetado brevemente para frente dada a alta carga de tensão, mas é rapidamente puxado de volta ao encosto.
Mesmo assim, numa colisão, rosto, tórax e ombros dos ocupantes são amortecidos pelas bolsas infláveis, os chamados airbags.
No dia a dia, o cinto de segurança não atado durante o movimento, não se estende ao ser puxado, como uma forma de segurança, já que o sistema “entende” que existe uma frenagem forte ou colisão, travando a cinta.
Nessa situação, ele só libera a cinta em velocidade muito baixa, geralmente abaixo de 20 km/h ou com o carro parado.
O cinto de segurança só pode ser usado na posição sentada do ocupante e não com o encosto deitado, por exemplo.
Além disso, o não uso do cinto durante a condução acarreta infração grave com cinco pontos na CNH – Carteira Nacional de Habilitação – e mais multa de R$ 195,23.
O uso é obrigatório para adultos e crianças, em assentos de elevação individuais ou de fábrica, como no caso de alguns carros da Volvo.
Cinto de segurança – detalhes
O cinto de segurança é composto por uma tira de alta resistência feita em poliéster, poliamida e para-aramida, com fechos de encaixe na base central do assento no carro.
Ligado às colunas e à base do carro, o cinto de segurança tem um encaixe entre os pontos superior e inferior, presos nas laterais internas da carroceria.
Esta terceira parte de fixação forma um conjunto triangular que passa por um dos ombros e cruza o tórax em diagonal, assim como a parte inferior cruzando a posição subabdominal.
Essa configuração de retenção do ocupante é padrão nos carros modernos, sendo vista nos assentos dianteiros e nos demais, sendo que no banco traseiro, o central tem outro esquema de fixação.
Dependendo do carro, o banco traseiro sustenta o quinto cinto de segurança de três pontos, mas a maioria fixa o dispositivo no teto traseiro.
Nesse caso, a cinta enrolada tem dois encaixes, sendo um menor para criar o segundo ponto de apoio e outro, fixado normalmente para descrever o triângulo de proteção do cinto.
Assim, esse quinto cinto de segurança pode ser enrolado no teto, liberando o espaço para bagagens em SUVs, hatchback e peruas, por exemplo.
Esse perfil do cinto de segurança, de três pontos, está presente em automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
Já em carros de alta performance e carros de competição, o cinto de segurança tem quatro pontos, com fixação nas paredes e suportes de gaiola do padrão FIA, sendo presos sobre os ombros e na altura subabdominal.
Cinto de segurança – prazo de validade e cuidados
O cinto de segurança não tem prazo de validade, porém, é importante que se faça sua substituição em caso de colisão onde eles são implementados, ou seja, após deflagração dos cartuchos explosivos e airbags.
Caso não os tenha, o veículo precisa também ter os cintos trocados, tal como em caso de defeitos no enrolador, quando o cinto já apresenta folga do enrolador, não retornando à posição.
No mercado de autopeças existem dispositivos para substituição dos cintos de segurança originais e os preços variam pouco e, por ser a maioria do tipo universal, de três pontos, custa em média R$ 90,00.
Trata-se de um valor baixo para um item de enorme importante, sendo recomendado para carros com maior tempo de uso, com algo entre 20 e 30 anos.
Existem ainda opções de dois pontos ou subabdominais para carros mais antigos e clássicos, além de posição central em carros mais recentes, lembrando que a lei quando a este tipo passou a valer em 2018.
É importante limpar o material do cinto de segurança, assim como em caso de desgaste do material ou surgimento de fiapos, deve ser substituído.
Dependendo do carro e do item vendido como acessório, pode-se optar até por cores diferenciadas, geralmente amarela ou vermelha, mas normalmente o material é de cor preta ou cinza, em menor volume.
Para evitar sujar, existem protetores de cinto, sendo uma cobertura almofadada sobre a tira do cinto, evitando assim odores, suor e sujeira.
Cinto de segurança – tipos
O cinto de segurança é atualmente difundido no padrão internacional, com três pontos, seja com ou sem pré-tensionamento, neste último os dianteiros, em caso da presença de airbag.
Nessa configuração, ele está presente até em ônibus rodoviários (para os passageiros também), mas nesse caso, podem ser subabdominais, como em aviões, ou mesmo de três pontos, como do motorista.
No Brasil, esse padrão de três pontos é obrigatório por lei, o que forçou algumas montadoras a reforçar a segurança em seus carros e até a eliminar alguns, chegando mesmo, no caso do VW up!, a mudar a classificação de cinco para quatro passageiros para não gastar com a alteração.
Existe ainda o tipo subabdominal ou de dois pontos, geralmente usado em carros até 2018, ônibus e vans de passageiros, sendo um tipo que foi muito difundido em carros antigos e clássicos, mas não em todos.
Havia outro tipo de cinto de dois pontos, em diagonal, muito popular até os anos 70, mas de curta duração após isso.
Nos anos 90, alguns modelos surgiram com cinto de segurança automático ou fixo, sendo um padrão surgido nos EUA e Japão, mas o conjunto era de dois ou três pontos, tendo diversos meios de fixação.
Entre os tipos vigentes, a Ford se destaca por dispor de airbags nos cintos de segurança traseiros em alguns modelos, como o antigo Ford Fusion, por exemplo.
O dispositivo fica preso à tira do cinto, fazendo parte dela na posição diagonal e com sensor que aciona a bolsa inflável quando o sistema entende haver uma colisão em andamento.
O motivo de sua implantação é a redução do impacto do próprio cinto nos ocupantes traseiros, que geralmente não apresentam pré-tensionadores.
Cinto de segurança – história
O cinto de segurança foi criado em meados do século XIX por Sir George Cayley, 6º Baronete de Cayley, porém, o uso era para seu planador.
No início do século XX, os primeiros cintos de segurança foram usados em carros de competição a partir de 1923, mas os carros comuns teriam a proteção muitos anos depois.
Em 1946, o médico C. Hunter Shelden tinha uma clínica neurológica e percebeu que a maioria dos pacientes era vítima de acidentes de carros.
Então, ele teve a ideia de criar um cinto de segurança retrátil para automóveis, mas isso não pegou para os fabricantes de veículos.
Contudo, alguém decidiu inovar e colocar o tal cinto de segurança como item de fábrica e este foi Preston Tucker, o homem que peitou o poder automotivo de Detroit.
O Tucker Torpedo foi o primeiro carro a ter cinto de segurança de fábrica, sendo este de dois pontos, mas a marca e o carro não duraram.
Assim, a Nash ofereceu o cinto de segurança como opcional a partir de 1949, mas ao instalar isso em 40.000 carros, os clientes pediram que os retirassem.
Na época, apenas 1.000 donos decidiram usar os cintos regularmente e isso não animou a indústria, dada a repulsa dos compradores e a falta de lei que obrigasse seu uso.
Em 1955, a Ford registrou apenas 2% de seus milhões de clientes decidiram pagar pelo equipamento de segurança.
Então, em 1958, o engenheiro sueco Nils Ivar Bohlin criou o cinto de segurança de três pontos e o primeiro carro a usar foi o Volvo PV 544 a partir de 1959, porém, um ano antes a Saab já usava cintos, mas de dois pontos.
Já em 1966, o governo americano recomendou aos fabricantes o uso de cintos de segurança e em 1970, a primeira lei tornando obrigatória a utilização de cinto surgiu na Austrália.
Nos EUA, o governo determinou a partir de 1978 que os carros novos deveriam ter cintos de segurança automáticos, porém, seu uso não era obrigatório em carros com airbags.
Apenas em 1995, todos os carros americanos foram obrigados a ter airbags e os cintos automáticos foram abolidos.
No Brasil, vários carros importados dos EUA chegaram com cintos automáticos, que se projetavam do arco do teto através de um trilho que descia pelas colunas B até a posição padrão do cinto.
A outra ponta era presa em diagonal junto do túnel, permitindo assim que o motorista e passageiro entrassem no carro sem impedimento.
Havia modelos fixos de cintos desse tipo, presos nas portas ou próximos dos volante.
O cinto de segurança não evoluiu até a década de 2010, quando a Ford usou bolsas infláveis nos cintos traseiros de seus carros americanos e atualmente não há nenhuma novidade para os próximos anos.
Fonte: Redação Noticias Automotivas