CONAREM levou empresários à Automechanika Johannesburg e Conferência Internacional de Retíficas
Organizados pelo CONAREM, empresários do setor de retíficas marcam presença na Automechanika Johannesburg, Conferência da Retail Motor Industry, com apoio da WERC – World Engine Rebuilders Council.
Os empresários do setor de retíficas, junto com o CONAREM – Conselho Nacional de Retíficas de Motores, estiveram na África do Sul, de 9 a 23 de setembro, e visitaram a Automechanika Johannesburg, retíficas do país e participaram da Conferência da Retail Motor Industry, com apoio da WERC – World Engine Rebuilders Council. “Os eventos permitiram aos empresários não só se atualizarem sobre as últimas tendências do setor, mas também compararem a situação das retíficas de motores da África do Sul e do Brasil, bem como identificarem novas práticas para implementação em suas empresas”, afirmou José Arnaldo Laguna, presidente do CONAREM.
Promovida em conjunto com a Futuroad, feira de veículos pesados, a Automechanika Johannersburg reuniu mais de 600 expositores de 27 países em cinco pavilhões, apresentando mais de 30 sessões de treinamento técnico e 15 conferências da Indústria.
Durante a programação na África do Sul, o CONAREM participou, juntamente com outros associados do Conselho Mundial de Retificação-WERC, de uma reunião com o vice-presidente da Messe Frankfurt, Michael Johannes, para propor que WERC seja o porta-voz do segmento da retificação de motores em todas as feiras AUTOMECHANIKA. Em outubro, o CONAREM, juntamente com os membros da África do Sul, Turquia, Rússia, Estados Unidos e Europa, formalizará a proposta que colocará o Brasil no quadro de destaque mundial.
Os retificadores também visitaram três retíficas- Bastick’s Engine Rebuilders, na cidade do Cabo, com 1.500 m²; Mafika Engineering, fundada em 1947, e conta, hoje, com 49 funcionários, possui certificado ISO 9.001 e tem uma boa organização em todas as áreas; e a Viva Automotive Engineering, do português Carlos Soares, que possui 38 funcionários que se dedicam ao mercado da linha diesel e mais para pessoas jurídicas. Por meio dessas visitas, Laguna esclareceu que os retificadores puderam verificar que o mercado na África do Sul tem muita similaridade com o brasileiro. “Os empresários pouco se mexem para alterar o quadro que vivem. No entanto, aqueles que possuem visão de futuro estão ganhando um bom dinheiro, mesmo possuindo empresas de pequeno porte, pois, souberam sair do mercado tradicional, especializaram-se em motores de maior valor agregado e, por conseguinte estão obtendo maior lucratividade nas operações”, comentou.
Conferência da Retail Motor Industry (RMI) e WERC– Na abertura da Conferência da Retail Motor Industry (RMI) e WERC, Frank MacNicol, presidente da ERA NEC e da WERC, falou sobre o momento disruptivo atual, fato que mudará o mundo com a redução do consumo de derivados do petróleo devido ao uso de veículos híbridos e elétricos, também pela implantação da indústria 4.0 que automatizará grande parte das plantas produtivas. Na linha automotiva, o veículo autônomo acabará substituindo a necessidade de se ter um automóvel. Para ele, esse impacto tecnológico afetará a economia e muitas indústrias irão à falência e serão substituídas por empresas como Apple. Mas, as oficinas de automóveis só irão desaparecer no decorrer de décadas, pois há muitos veículos em circulação. Esse efeito disruptivo também afetará os postos de combustíveis. Será preciso diversificar! Lembrou também que o mercado automotivo americano sofreu muito com a entrada dos veículos japoneses. Isso acabou mudando a cultura das indústrias que produziam grandes veículos e hoje estão dedicados aos compactos.
Entre as tendências, também citou o veículo a hidrogênio e o GNV.
Shawn Coetzee, proprietário da Motus Parts, empresa especializada em injeção diesel das marcas Hartridge e Delphi Technologies, apresentou palestra na qual se dedicou a esclarecer a necessidade de investimentos para dar suporte às novas tecnologias aplicadas aos veículos de última geração. Já o gerente da MAHLE para a África subsaariana, Vincent Vallete, destacou que a Mahle vem diversificando. É uma empresa continental voltada a oferecer solução para a redução das emissões de carbono – CO² com projetos não lucrativos em todo o mundo, fundada em 1920 para fabricar pistões, ao longo do tempo, especializou-se na área de motores. Em 2015, adquiriu a Delphi, Behr e muitas outras empresa para diversificar seu portfólio de soluções.
Na programação, Omar Ricardo Chehayeb, vice-presidente do WERC, apresentou um estudo comparativo que abrangeu desde a telefonia padrão da década de 70, serviços bancários, robotização industrial e a inteligência artificial. Chehayeb disse que o mundo mudou drasticamente nos últimos dez anos e assinalou exemplos como a possibilidade de conferências virtuais envolvendo centenas de pessoas; os sistemas de estacionamento autônomo desenvolvido pela Bosch disponível no Museu da Mercedes-Benz em Stuttgart; os táxis-robô da Lyft que já realizaram 50 mil viagens em Las Vegas e sistemas que permitem transformar o gás carbono presente no ambiente em energia. Dentre as novidades, apresentou o pneu desenvolvido pela Goodyear que se torna uma turbina e permite elevar o veículo pelo ar. Também mostrou o Origami que aplicado à janela de uma casa ou escritório transforma-se num painel solar gerando energia.
A apresentação teve como objetivo promover uma forma nova de pensar, estimulando a mudança na maneira de agir e a tomada de consciência sobre a aceleração da aparição de tecnologias revolucionárias que estão afetando a vida das pessoas. “Precisamos ser capazes de nos adaptar e nos ajustar aos novos tempos!”, encerrou o vice-presidente da WERC.
Na conferência, o especialista em injeção, Dave Stalker, falou sobre os impactos dos sistemas de alta pressão que geram risco ao técnico, a não reparação dos componentes selados e às alternativas em desenvolvimento como os híbridos, elétricos, hidrogênio e gás. Para ele, em 2040 não haverá mais veículos com motor a combustão interna, equipados com freios hidráulicos, ar condicionado mecânico, caixa de direção e transmissão hidráulica. O aquecimento será elétrico, condicionador de ar, freios e caixa sincronizados com os motores nas rodas dos veículos, a suspensão será elétrica e a gás. E mais: os carros serão autônomos. Dentre as possibilidades que assinala para o setor estão o Retrofitting (modernização dos veículos), conversão a gás, diagnóstico da injeção & HPDFI e especialização no sistema de exaustão.
O engenheiro Rob Munro, da AERA, comentou sobre o sistema PROSIS, que conta com 10 mil motores cadastrados de 190 fábricas diferentes e com 4.2 mil boletins técnicos.
Também ocorreu a apresentação da King Engine Bearings e da Garima. A primeira foi fundada em 1960, e produz desde a matéria prima até o produto final – bronzina, contando com produtos com diferentes tipos de revestimento dependendo da finalidade de uso. Já a Garima é fabricante de camisas de cilindro na Índia e uma das primeiras realizações concretas da WERC foi aproximar este fabricante da retífica Mafika da África do Sul.
Fonte: Verso Comunicação e Assessoria de Imprensa