Pressão inflacionária sobre a matéria prima, instabilidade econômica na Argentina e aumento de custos impactaram o desempenho da Companhia
O primeiro trimestre de 2019 foi desafiador aos negócios da Fras-le em aumentos de custos, principalmente pela pressão inflacionária sobre a matéria prima – em particular na controladora no Brasil -; pela instabilidade econômica na Argentina que afetou consideravelmente o resultado financeiro das controladas da Companhia naquele país; e por aumento de custos, amplificados pela retirada de incentivos fiscais que impactaram a rentabilidade. A estes fatos, soma-se um mercado doméstico mais competitivo e contaminado com as pautas políticas que se refletiram na economia neste momento, seja pelo resultado de baixo crescimento ou pela instabilidade macroeconômica, refém das reformas a serem aprovadas. Estes são os principais fatores que excluíram uma parcela importante do desempenho operacional e do resultado financeiro.
Apesar destas dificuldades, as perspectivas são boas para o ano por conta da acomodação de preços, da estabilização das controladas e da adoção de medidas já em curso, que visam equilibrar as dificuldades do primeiro trimestre. “É no terreno árido e íngreme que os vencedores ganham a oportunidade de provarem o seu valor”, incentiva o CEO da Fras-le e COO da Divisão Autopeças das Empresas Randon, Sérgio Carvalho.
A receita líquida consolidada somou R$ 322,7 milhões no 1T19 ou 30,9% superior a igual período do ano passado. Para efeitos de comparabilidade, além da consolidação da Fremax, que adicionou receita, o câmbio também contribuiu para o desempenho das receitas, pois o dólar médio de R$ 3,77 no 1T19 apresentou uma elevação de 16,2% no período.
As exportações a partir do Brasil contabilizaram US$ 19,6 milhões no 1T19 (incluindo US$ 2,9 milhões exportados pela Fremax), o que é 4,5% acima das exportações apuradas no 1T18, porém, apresenta redução de 19,0% em relação ao 4T18, dada a retração econômica na Argentina. Na América do Norte a demanda se manteve estável e a Europa apresentou retração pelas incertezas quanto ao rumo da economia.
O faturamento total do mercado externo no 1T19, que inclui as exportações a partir do Brasil, mais as vendas das operações do exterior, somou US$ 41,0 milhões, refletindo uma pequena evolução em relação ao 1T18 (US$ 40,2 milhões), quando ainda não agregava as vendas da Fremax realizadas pelas suas controladas na Holanda e na Argentina, e uma queda de 13,8% comparativamente ao 4T18 (47,3 milhões), o que se deve aos menores volumes na América do Sul e na Europa.
O lucro bruto consolidado do 1T19 de R$ 75,0 milhões aumentou 19,5% comparado aos R$ 62,8 milhões do 1T18, e atingiu uma margem bruta de 23,2%, sendo inferior à média histórica de trimestres anteriores. Na comparação com o 4T18, o lucro bruto apresenta uma retração 15,1%, refletindo aqui a pressão inflacionária sobre a matéria prima e o consequente aumento dos custos de produção, e também a retirada dos incentivos fiscais. O EBITDA consolidado somou R$ 29,0 milhões no 1T19, e representa um percentual de 64,1% inferior se comparado ao 1T18. A margem EBITDA fechou o 1T19 em 9,0%. Neste caso a Companhia lembra que o EBITDA do 1T18 estava beneficiado por um ganho operacional na aquisição da Jurid, e que se comparado ao resultado ajustado, sem este efeito, a queda em relação ao 1T18 seria de 5,2%, o que remete a um desempenho operacional resiliente levando em consideração toda a carga absorvida pelo aumento nos custos e a saída dos incentivos.
O resultado financeiro líquido no trimestre foi de R$ 17,9 milhões negativo. O número sofreu impactos consideráveis pela desvalorização do peso e pela inflação na Argentina, que resultou em um nível elevado de despesas com variação cambial sobre os saldos de empréstimos, fornecedores do exterior e outras contas sujeitas a efeitos monetários, nas controladas da Fras-le localizadas naquele país. A Companhia salienta que o sistema econômico local não oferece mecanismos de proteção cambial acessíveis e que trabalha para encontrar uma solução adequada para esta exposição. A combinação de todos os fatores relacionados, inclusive o resultado financeiro, determinou ao resultado consolidado do 1T19 um impacto considerável, encerrando o período com um resultado líquido negativo de 2,5 milhões.
Fonte: Mecânica de Comunicação Estratégica