Em obra, especialistas destacam princípios para criar uma fonte de calma, força e felicidade na vida.
Diante das enormes dificuldades que enfrentamos todos os dias, a resiliência acaba sendo um dos grandes diferenciais entre aqueles que conseguem manter firmes suas estruturas físicas e emocionais e aqueles que sucumbem diante das pressões do dia a dia.
Para quem ainda precisa desenvolver sua resiliência (quase todos), chega às livrarias a obra O Poder da Resiliência (Editora Sextante, R$ 45, 256 páginas), escrito pelos autores Rick Hanson e Forrest Hanson (pai e filho, respectivamente). Em seu conteúdo, os leitores entenderão que tanto a determinação quanto o amor-próprio e a bondade são recursos mentais que
nos tornam resilientes. Ou seja, é a partir destes sentimentos que conseguimos ampliar nossa capacidade de lidar com as adversidades, abrindo caminhos e superando os desafios em busca de oportunidades.
Um dos pontos fortes da obra é destacar que a resiliência não é necessária apenas para promover a recuperação após perdas e traumas. A verdadeira resiliência, conforme identificam os autores, promove bem-estar e intrínseca sensação de felicidade, amor e paz.
Quem narra efetivamente o livro é Rick Hanson, psicólogo, professor de meditação e membro do Greater Good Science Center, da Universidade da Califórnia (Estados Unidos). Além disso, é cofundador do Instituto Wellspring de Neurociência e Saber Contemplativo. Em sua nova obra, o autor procura combinar ensinamentos da neurociência, da atenção plena e da psicologia positiva de modo a ajudar o leitor a consolidar as 12 principais potencialidades mentais para uma vida com resiliência.
Para isso, Hanson faz uso, principalmente, de sugestões concretas, práticas experimentais, histórias reais e também informações a respeito do funcionamento cerebral. A ideia é ensinar aos leitores técnicas para integrar novos recursos emocionais aos seus circuitos cerebrais; maneiras de superar a negatividade e enxergar a vida sob uma perspectiva mais otimista e generosa; ferramentas para substituir pensamentos dolorosos por autocompaixão, autocuidado, alegria e
paz interior; e estratégias para interagir melhor com os outros e ter relacionamentos mais gratificantes.
“Aprimorar a mente significa aprimorar o cérebro, que se remodela continuamente à medida que aprendemos com as experiências. Quando estimulado repetidamente, seus ‘circuitos’ se fortalecem. Aprendemos a ser mais calmos ou compassivos da mesma maneira que aprendemos qualquer outra coisa: com a prática”, destaca o autor em seu livro,
ressaltando que, apesar de parecer complicada, a mensagem é simples e intuitiva.
“Os neurônios costumam disparar impulsos de cinco a 50 vezes por segundo. Isso significa que o cérebro funciona de tal maneira que você tem várias oportunidades diárias para cultivar a resiliência e o bem-estar usando apenas um minuto – ou até um pouco menos – de cada vez. Não é uma solução rápida; é preciso exercitar o cérebro do mesmo modo que se exercita um músculo, empreendendo pequenos esforços que se acumulam com o tempo. E você pode confiar nos resultados porque terá feito por merecê-los”, complementa.
De certa forma, o autor promete ensinar aos leitores como cultivar e usar suas potencialidades interiores para satisfazer suas necessidades, de modo que cada um tenha ainda mais a oferecer aos outros. “Todos temos necessidades. Quando elas não são satisfeitas, é natural que nosso bem-estar diminua e experimentemos estresse, preocupação, frustração e mágoa. À medida que nos tornamos mais resilientes, passamos a ter uma capacidade maior de satisfazer as nossas necessidades diante dos desafios da vida – e o resultado disso é um bem-estar maior”, afirma.
Para Hanson, todos temos três necessidades básicas: segurança, satisfação e conexão. E mesmo diante das complexas mudanças que o ser humano enfrentou nos últimos anos, nossa estrutura cerebral continua praticamente a mesma. “Ainda está presente nele a mesma estrutura neurológica que permitia a nossos ancestrais atenderem a sua necessidade de segurança procurando abrigo, a de satisfação arranjando alimento e a de conexão criando laços com os outros. Basicamente, satisfazemos nossas necessidades de quatro maneiras: reconhecendo o que é realidade, encontrando recursos, gerenciando pensamentos, sentimentos e ações e nos relacionando habilmente com os outros e com o mundo.
Quando combinamos nossas três necessidades a essas quatro formas de satisfazê-las, encontramos as doze potencialidades interiores principais, que estão detalhadas nos capítulos deste livro”, ressalta o autor. A leitura não é das mais simples, mas vale a pena persistir, mesmo nos momentos em que os autores tendem a usar uma linguagem mais técnica. A ideia é explorar as doze potencialidades que podem ser essenciais a cada um de nós na busca por uma vida mais resiliente.
“À medida que desenvolver essas potencialidades e se tornar mais resiliente, você experimentará menos ansiedade e irritação, terá menos decepções e frustrações e sentirá menos solidão, mágoa e ressentimento. E quando as oscilações da vida o alcançarem, você as receberá com mais paz, contentamento e amor”, completa o autor, que ensina ainda como o livro deve ser encarado.
“Este livro não substitui um terapeuta nem um tratamento para qualquer tipo de condição médica. Ainda assim, ele se aprofunda em algumas questões que podem ser dolorosas. Seja bondoso consigo mesmo, principalmente nas práticas experimentais. Sempre adapte minha abordagem à sua necessidade”, finaliza.
Escrito por: Redação