Livro propõe técnicas e procedimentos para o cotidiano, com o objetivo de reduzir o estresse e a ansiedade
O início do ano sempre reserva diversas promessas, dos mais variados estilos e dos mais distintos graus de dificuldade. O principal desafio, no entanto, é justamente seguir o que foi prometido ao longo do ano, quando a rotina traz de volta as estresses e problemas típicos da vida em grandes metrópoles atualmente.
Por esses e outros motivos, atualmente os especialistas têm recomendado a adoção de pequenos desafios a serem trabalhados ao longo do ano. Sai de cena a ideia de uma lista com 10 promessas irreais e inalcançáveis no início do ano. É preciso buscar algo que realmente seja palpável e cujos resultados, de fato, gerem benefícios às pessoas.
Nesse sentido, chega às livrarias brasileiras uma obra que orienta os leitores a avançar num objetivo que pode simplesmente reduzir o estresse. Em “Atenção Plena para Todos os Dias – Práticas simples e eficazes para reduzir o estresse” (Editora Sextante, 192 páginas, R$ 35), os autores Elisha Goldstein e Bob Stahl apresentam de forma prática e didática o conceito de “atenção plena”, também conhecido como mindfulness.
A ideia da atenção plena está relacionada a um estado mental que permite ao indivíduo uma maior tomada de consciência de seus processos mentais e também de suas ações. A partir das técnicas e exercícios sugeridos no livro, os autores ressaltam que a atenção plena torna o indivíduo mais capaz de perceber que pode escolher em que prestar atenção e em como prestar atenção.
Parece óbvio, mas o conceito surge justamente em um momento em que cresce no mundo inteiro as queixas relativas à solidão, à depressão e também à ansiedade. Ou seja, mesmo em um mundo cada vez mais conectado, as pessoas se sentem cada vez mais sozinhas e desorientadas.
O livro contempla as principais práticas que integram o Programa de Redução do Estresse Baseado na Atenção Plena (MBSR, na sigla em inglês), que é o método mais adotado atualmente no mundo. Dessa forma, os autores ensinam formas simples de incluir no dia a dia a ciência, a arte e a prática da atenção plena, de modo a diminuir o sofrimento e obter mais equilíbrio e tranquilidade.
Além disso, de acordo com os autores, a leitura permite que o indivíduo aprenda práticas que o ajudarão, entre outras coisas, a “desenvolver a paciência, identificar dádivas na imperfeição, fazer as pazes com sua mente e seu corpo, confiar em sua experiência, cultivar a autocompaixão, amar a si mesmo, meditar, libertar-se dos pensamentos negativos e se sentir mais conectado”.
“A maneira como prestamos atenção – e em quê – não apenas afeta nossa vida como transforma nosso cérebro. Descobertas científicas demonstram repetidamente que as práticas do MBSR mudam a mente, o corpo e a vida para melhor”, escrevem os autores no livro.
De acordo com eles, há provas de que as práticas do MBSR fazem com que o sistema imunológico funcione melhor sob estresse, aumentam a resiliência, reduzem as dores crônicas, melhoram o bem-estar psicológico, e aumentam naturalmente a empatia, a compaixão e autocompaixão. Não fosse o bastante, as técnicas podem aliviar a ansiedade, prevenir recaídas na depressão e na dependência de drogas, e melhorar a qualidade de vida até mesmo daqueles que sofrem de alguma doença crônica relacionada ao estresse.
“Há um ditado no MBSR: não importa o que você está enfrentando, enquanto estiver vivendo e respirando, haverá mais coisas certas do que erradas em você. O problema é que, na maior parte do tempo, nossa mente nos conta uma história diferente. Essa narrativa interna insiste em apontar nossos erros, nos comparar com outras pessoas e nos fazer acreditar que somos piores nisso e naquilo. Essas narrativas costumam estar na base do que provoca nosso sofrimento no dia a dia. Um dos maiores benefícios da atenção plena é aprendermos que nossas histórias não nos definem, nem mesmo aquelas que tentam nos dizer quem somos. Ficamos cada vez melhores em reconhecer que temos a chance de escolher em que prestamos atenção e como prestamos atenção. Temos a opção de ficar acordados e mergulhar por baixo dessas narrativas, quebrar a rotina, deixar estar e praticar a ‘gentileza plena’ – quatro das práticas contidas no livro. E assim, em vez de ficar presos a velhos padrões, podemos começar uma vida de mais liberdade e novas possibilidades”, escrevem os especialistas na obra.
Um dos principais méritos do livro é justamente incentivar a prática das técnicas. Os autores ressaltam que a comprovação científica e os relatos de pessoas que obtiveram melhora a partir da atenção plena são totalmente inúteis a menos que você a pratique.
“Podemos acompanhar blogs, ouvir podcasts ou ler um livro atrás de outro, mas, enquanto não aplicarmos as práticas, tudo isso será em vão. Pouca coisa muda até que coloquemos as técnicas em uso. É só quando praticamos que o grande aprendizado acontece. Constatamos que uma prática simples, como perceber os sentidos, pode acalmar a mente agitada e nos devolver o equilíbrio. Ao praticar, notamos um aumento da nossa autocompaixão, fator crucial na prevenção de recaídas na depressão. Quando trazemos a atenção plena para o dia a dia, simplesmente nos sentimos mais felizes”, complementam.
Trata-se de um desafio ao longo dos dias porque você naturalmente será testado e forçado a desistir. Afinal, a mudança exercida pela atenção plena impacta a ordem que então dominava sua vida em todos os aspectos. Nesse sentido, os autores ressaltam a importância de descobrir as motivações que o levaram a buscar a prática da atenção plena.
Uma das vantagens trazidas pelo livro é que os próprios autores sugerem técnicas e procedimentos para acompanhar seu desenvolvimento ao longo da leitura. Assim, fica mais fácil (e mais recompensador) correr atrás do desafio proposto pelo livro: a atenção plena no que realmente importa.
Escrito por: Redação