Em livro, autores destacam a importância de saber lidar com diálogos fundamentais na vida pessoal e profissional
Chega às livrarias físicas e virtuais do Brasil a terceira edição de um livro que é considerado um clássico dos negócios e best-seller do The New York Times. Em Conversas Cruciais (Editora Sextante, 272 páginas, R$ 60), os autores Joseph Grenny, Kerry Patterson, Ron Mcmillan, Al Switzler e Emily Gregory trazem aos leitores habilidades que consideram essenciais para quem deseja obter êxito em conversas nas quais há altos interesses em jogo.
O livro foi publicado originalmente em 2002 e, desde então, já vendeu mais de 5 milhões de cópias em todo o mundo. Os autores partiram do princípio de que as conversas cruciais, quer ocorram no trabalho ou em casa, têm um impacto profundo na carreira, na felicidade e no futuro das pessoas.
Mas, o que são conversas consideradas cruciais?
“Quando ouvem pela primeira vez a expressão ‘conversa crucial’, muitas pessoas imaginam presidentes, imperadores e primeiros-ministros debatendo o futuro do planeta ao redor de uma mesa enorme”, afirmam os autores no livro. De acordo com eles, embora essas discussões do imaginário das pessoas tenham, de fato, um impacto gigantesco, não são as únicas que devemos ter em mente para esse termo.
“As conversas cruciais acontecem com qualquer pessoa. São as conversas cotidianas que alteram nossa vida. […] Primeiro, ela [conversa crucial] envolve opiniões divergentes. Por exemplo, você está falando com sua chefe sobre uma possível promoção. Ela acha que não é o momento; você acha que é. Segundo, há coisas muito importantes em jogo. Você está numa reunião com quatro colegas de trabalho para definir a nova estratégia de marketing. Vocês precisam fazer algo diferente, senão a empresa terá problemas. Terceiro, as emoções afloram. No meio de uma discussão casual com seu cônjuge, vem à tona um ‘incidente chato’ que aconteceu ontem numa festa. Supostamente, você não somente flertou com uma pessoa como, segundo seu cônjuge, ‘vocês estavam praticamente se agarrando’. Você não se lembra de ter flertado com ninguém, só de ter agido com educação e gentileza. Seu cônjuge se afasta em fúria”, explicam no livro.
De acordo com os autores, esse tipo de conversa deixa de ser simplesmente algo frustrante, tenso ou irritante, e passa a ser considerada crucial, porque elas podem ter forte impacto em relacionamentos ou resultados que afetam profundamente seus ‘participantes’.
Nos exemplos dados, sempre havia algum elemento da rotina da pessoa que poderia ser alterado para sempre – para melhor ou para pior. Seja uma promoção no trabalho, os resultados gerados por uma ação na empresa ou até mesmo o relacionamento com o cônjuge, todos podem gerar mudanças significativas. São todos apenas a ponta de um iceberg de questões que, segundo os autores, podem provocar um desastre social.
Os autores, no entanto, citam outros exemplos de conversas que consideram cruciais:
- Terminar um relacionamento
- Conversar com um colega de trabalho que faz comentários ofensivos
- Cobrar uma dívida de um amigo
- Dar feedback à chefe sobre o comportamento dela
- Abrir o jogo com o chefe que está violando as próprias políticas de segurança ou de qualidade
- Apontar comportamentos racistas ou machistas
- Avaliar o trabalho de um colega
- Pedir à pessoa com quem você divide o apartamento que se mude
- Resolver problemas de guarda ou visitas aos filhos com um ex-cônjuge
- Cobrar maior comprometimento de um membro da equipe que não esteja cumprindo suas tarefas
- Fazer uma avaliação de desempenho desfavorável
“São situações que causam estresse e tensão, em que um passo em falso pode ter graves consequências. Mas não precisa ser assim. Se souber conduzir conversas cruciais, você conseguirá discutir praticamente qualquer assunto e resolver a situação”, explicam os autores.
O livro utiliza uma linguagem leve e envolvente cujo principal objetivo é mostrar, de forma clara, como ser mais persuasivo em vez de agressivo. Além disso, explora como retomar o diálogo construtivo depois que as pessoas se exaltam ou se fecham.
Uma das observações mais importantes feitas no livro é um tanto óbvia, mas certamente passa despercebida pela maioria das pessoas em seu dia a dia. Segundo os autores, o tempo é um fator crucial para lidarmos com conversas cruciais. Quanto mais demoramos para encarar conversas que, num primeiro momento, soam desagradáveis, maiores serão os prejuízos e impactos que esses problemas causarão em nossas vidas.
A tendência natural da maior parte dos seres humanos é evitar esse tipo de conversa. Dependendo de seu andamento, o resultado “final” pode ser pior que o cenário de antes, o que faz com que muitos prefiram lidar com os inconvenientes “já conhecidos”.
“Pense em relacionamentos em que você não costuma esperar muito para discutir os problemas à medida que os percebe. É bem provável que esses relacionamentos sejam marcados por confiança, crescimento e intimidade. Agora pense no inverso. Pense em equipes nas quais podem se passar semanas, meses ou anos até que alguém mencione o elefante na sala. O que acontece na ausência de um diálogo sincero? Emoções reprimidas. Ressentimento. Manipulações. Decisões ruins. Trabalho malfeito. Oportunidades perdidas. No cerne de quase todos os problemas crônicos de relacionamentos, equipes, organizações e até nações existem conversas cruciais que não acontecem ou até acontecem, mas não de modo adequado”, avaliam os autores.
Vale a leitura! Especialmente para quem deseja aproveitar o restante do ano para resolver incômodos antigos em suas mais diversas relações!
Escrito por: Redação