Em minhas aulas e palestras, esta é uma das indagações mais comuns:
− Julio, como posso começar um negócio se não tenho recursos financeiros?
Nesses casos, costumo responder que muitos empreendedores começaram sem nenhum dinheiro próprio. Valeram-se da ajuda de pessoas ou recorreram à criatividade para criar mecanismos financiadores do negócio.
Nestes casos, a prioridade é definir se existe uma boa ideia e disposição para convertê-la em uma atividade empresarial lucrativa.
Em meu livro Você, um Grande Empreendedor, escrito em parceria com o professor Luiz Roberto Carnier, faço uma série de considerações sobre o dinheiro.
Se existe o bom projeto (expresso com clareza e detalhamento) e vontade de executá-lo, é sempre possível obter o dinheiro necessário ao startup.
Há muita gente no mundo com dinheiro no banco à espera de uma boa oportunidade de multiplicá-lo.
Outros tantos lidam com aplicações financeiras, mas gostariam de uma atividade empresarial que pudesse ampliar mais rapidamente o patrimônio acumulado.
Isso ocorre há muito tempo. Foi o caso, por exemplo, de Johann Fust, que no Século 15 financiou o projeto de Gutenberg para desenvolver o sistema da prensa móvel, que revolucionaria o mundo.
Nesses casos, o grande desafio do empreendedor tem sido estabelecer um plano sólido de ação que atraia o investidor. Se você conseguir convencer alguém a lhe conceder um financiamento, sua ideia deve ser boa mesmo.
No entanto, convém pensar um pouco mais sobre o dinheiro. Para o empreendedor, ele é o objeto e não o objetivo. Se o seu objetivo for ganhá-lo apenas por ganhar, você não será feliz e passara a ser escravo da moeda.
Os realizadores de sonhos convivem com o dinheiro como um fator de alavancagem do sucesso, reinvestindo no projeto, fortalecendo-o continuamente.
Há uma diferença entre gostar de ganhar dinheiro e simplesmente gostar de dinheiro. No primeiro caso, organiza-se a aplicação dos recursos em ações capazes de ampliar os futuros retornos financeiros.
Alguns me contestarão, mas digo assim mesmo: ninguém vai ficar rico guardando dinheiro na caderneta de poupança. Se você investir corretamente numa boa ideia, ganhará mais.
Além disso, o dinheiro investido em um negócio converte-se em um promotor social poderoso. Ele gera produtos e serviços, empregos e oportunidades.
Aqueles que gostam de ganhar dinheiro, quando o fazem pela via do empreendedorismo, oferecem essa mesma oportunidade a muitas outras pessoas. Eles constituem mercados e movem a roda da economia.
Dinheiro é combustível, mola propulsora e ponte. Quem ama ganhá-lo o transforma em instrumento
de novas realizações.
Logicamente, todos sonhamos com uma casa confortável, um carro seguro e uma garantia de futuro para os nossos entes queridos. Não há nada de errado nisso.
Não é pecado ou crime ter ambição. No entanto, o dinheiro pode oferecer muito mais do que o conjunto dos bens convencionais.
O dinheiro é fundamental para a sedimentação das ações empreendedoras. Ele move o mundo, cria poderes e auxilia na geração de soluções para os grandes problemas humanos.
Melhor, portanto, gostar de ganhá-lo. Melhor investi-lo, sempre. É o que gera satisfação maior, segurança de fato e benefício compartilhado.
Carlos Júlio é professor, palestrante, empresário e escritor.
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Escrito por: Carlos Júlio