Esportivo chega aos 340 km/h, e leva menos de 7 segundos para acelerar de 0 a 200 km/h. Todas as 500 unidades já foram vendidas, sendo 6 para brasileiros.
Considerado o maior piloto brasileiro de todos os tempos, Ayrton Sennamorreu no fatídico 1º de maio de 1994, quando sua Williams passou reto na curva Tamburello, durante o GP de Ímola, na Itália. Passados 25 anos, o paulistano tem inabalado o posto de herói nacional.
Ou melhor, internacional. Senna é venerado mundo afora, inclusive pelo pentacampeão de Fórmula 1, Lewis Hamilton. O piloto brasileiro também recebeu uma justa homenagem da McLaren, equipe pela qual Ayrton ganhou seus três títulos mundiais.
McLaren Senna — Foto: Marcelo Brandt/G1
Os ingleses batizaram de Senna seu mais recente superesportivo. Nenhum outro nome, que não este, poderia batizar o carro de rua mais rápido da fabricante atualmente.
Para relembrar Senna, o piloto, a McLaren liberou Senna, o carro, para rodar no circuito de Interlagos, a segunda casa de Ayrton, exatos 25 anos após a morte do piloto. O G1 dirigiu o superesportivo.
Origem nobre
Ficha técnica – McLaren Senna — Foto: Marcelo Brandt/G1
Senna, o superesportivo, é mais rápido até do que o MP4/4 que Senna, o piloto, guiou em 1988, quando foi campeão pela primeira vez.
Na arrancada de 0 a 100 km/h, vão apenas 2,8 segundos. Continuando em aceleração máxima, ele alcança os 200 km/h em 6,8 segundos, e os 300 km/h em menos de 20 segundos. E vai ganhando velocidade até chegar nos 340 km/h.
Tudo isso, graças a combinação de alguns fatores essenciais para um superesportivo. Começa com um motor V8 4.0 biturbo de 800 cavalos e 81,6 kgfm, comandados por um câmbio de dupla embreagem de 7 marchas.
Peso-pena
Como o peso é inimigo do desempenho, a McLaren lançou uma cruzada para eliminar qualquer quilo que não fosse essencial.
Assim, optou por construir a carroceria em fibra de carbono. Mas não parou por aí. Aerofólio, estrutura do volante, painel, portas e bancos. Todos feitos no material muito leve e ultra resistente. O resultado são exatos 1.198 kg.
Portas da McLaren Senna pesam apenas 6 kg — Foto: Marcelo Brandt/G1
Pouquíssimo para um carro superesportivo. Como comparação, o novo Porsche 911 Carrera S, com desempenho inferior, pesa 1.515 kg. Um Nissan Kicks, considerado leve para sua categoria, tem 1.142 kg.
O único aspecto onde um peso mais alto é melhor em um carro é a pressão aerodinâmica. No caso, a McLaren Senna entrega impressionantes 800 kg de downforce quando o carro está a 250 km/h. É quase o mesmo número da LaFerrari FXX K Evo, criada exclusivamente para as pistas.
Senna para um Senna
Interior da McLaren Senna tem muitas peças em fibra de carbono — Foto: Marcelo Brandt/G1
Todo esse trabalho de engenharia será replicado em uma tiragem limitada de apenas 500 unidades. O preço de cada uma? O equivalente a R$ 8 milhões. E, mesmo se você chegar com esta quantia na fábrica da McLaren, em Woking, na Inglaterra, não conseguirá comprar o Senna.
Isso porque todas as unidades foram vendidas antes mesmo do início da produção. Do grupo de 500 compradores, 6 são brasileiros – um dos carros foi adquirido pela própria família do piloto.
Experiência única
McLaren Senna alcança os 340 km/h — Foto: Divulgação/Maikon Bauer
A única volta ao volante do supercarro fez com que cada um dos 4.309 metros do autódromo de Interlagos parecesse único.
Partindo da reta, foi possível notar, logo de cara, a brutalidade nas acelerações.
Depois de alguns metros, hora de frear para a tomada do S do Senna, a curva mais famosa do circuito. Ao pressionar o pedal com mais força, logo se percebe a eficiência dos freios de cerâmica, estancando o esportivo, pronto para apontar para a sequência de curvas – primeiro para a esquerda, depois para a direita.
McLaren Senna tem até 800 kg de pressão aerodinâmica — Foto: Divulgação/Maikon Bauer
Saindo da curva do Sol em direção à reta oposta, pedal de acelerador no fim do curso. O motor, posicionado logo atrás do motorista, grita alto, enquanto o velocímetro registra o repentino aumento na velocidade, chegando aos 210 km/h no momento de frear e começar a parte baixa da pista.
O motorista viaja muito próximo ao chão, e os bancos de estrutura de fibra de carbono “abraçam” o corpo – e mostram que devem fazer um “estrago” na coluna do motorista em uma viagem de centenas de quilômetros.
Mas esta não é a proposta do Senna. Mesmo homologado para andar nas ruas, tem nas pistas seu habitat.
Imortal
Freios do McLaren Senna são de cerâmica — Foto: Divulgação/Maikon Bauer
Prova disso é que “meros mortais”, que não são pilotos, sequer chegam perto do limite do carro. O McLaren Senna é um veículo extremo. Acelera e faz curvas como poucos.
A ponto de deixar o candidato a piloto com as pernas trêmulas mesmo 10 minutos depois de soltar o cinto de cinco pontos e fazer malabarismo para sair do carro.
Certamente Senna, o piloto, não se sentiria assim ao dirigir Senna, o carro. Prova de que, mesmo 25 anos pós sua morte, seu nome e seu legado seguem imortais.
McLaren Senna — Foto: Divulgação/Maikon Bauer
Respiro do motor do McLaren Senna — Foto: Divulgação/Maikon Bauer
Marca Senna vai na traseira da McLaren — Foto: Divulgação/Maikon Bauer
McLaren Senna tem três saídas de escape — Foto: Divulgação/Maikon Bauer
Fonte: G1