As vendas de carros elétricos aumentaram grandemente neste primeiro trimestre do ano. A frota de carros elétricos mais do que dobrou, alcançando a marca de 86.986 veículos e melhorando a mobilidade, segundo a ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico.
Contudo, apesar dos dados apresentados serem bastante positivos, é mínima a participação dos carros elétricos no conjunto convencional de mobilidade brasileira, que somam mais de 38 milhões de carros de passeio. Contudo, não há dúvidas no potencial desse setor.
Tendo em vista a demanda por soluções de carregamento das baterias dos carros elétricos, a empresa de energia Enel criou no Brasil a Enel X Way, sua acessória que tem foco na mobilidade elétrica.
Previsões mostram que carros elétricos serão 20% da frota brasileira em 2030
Segundo dados da Projeções da Associação Nacional dos Fabricantes de veículos automotores, até 2030 a mobilidade elétrica representará até 20% da frota nacional.
É um número ínfimo, considerando que em níveis mundiais, as vendas de carros elétricos dispararam 120% este ano, mesmo com uma elevação considerável no preço das baterias, tendo só no ano passado um aumento de 108%.
Comparando as vendas de carros elétricos com as vendas de carros a combustão, os carros a combustão subiram menos de 5%, significando que a mobilidade elétrica dobrou sua participação no mercado.
O que é necessário para recarregar o carro elétrico na garagem?
Na opinião do executivo que vai coordenar a Enel X Way, Paulo Roberto Maisonnave, a preocupação de uma parte dos consumidores de mobilidade elétrica em adquirir o carro elétrico, é o medo de não conseguir carregá-lo.
“Nós estamos acostumados a parar no posto de gasolina, porém esse é um modelo ineficiente”, relata. “É bem mais inteligente utilizar a mobilidade elétrica.”
As soluções da Enel X Way foram projetadas para levar a infraestrutura de recarga e a inteligência.
A mobilidade elétrica pensada pela Enel demanda equipamentos específicos para serem carregados, por mais que funcionem em qualquer tomada, sem o carregador recomendado, o abastecimento de energia é lento e oscilações na rede podem fazer a bateria não receber energia.
Ao mesmo tempo que, grande parte dos carros de mobilidade elétrica possuem bateria com uma quantidade considerável de softwares embarcados.
A ideia da Enel é utilizar essa conexão para criar sistemas que administrem, por exemplo, frotas de entrega urbana, táxis e carros de aplicativos.
Essa inteligência vai estar conectada à rede de abastecimento através dos chamados hubs de recarga. No mundo, a Enel possui 350.000 pontos de recarga para carros elétricos.
Postos de combustíveis do futuro
Esses hubs não vão ser só “postos de combustíveis elétricos”. De acordo com Paulo, por serem mais simples, os carregadores de veículos elétricos podem funcionar em centros comerciais e de serviços, como os pequenos shoppings, cada vez mais constantes nas grandes cidades.
“Um posto de combustível necessita de uma área grande e também do reservatório, que produz um impacto ambiental. Os carregadores de carros elétricos só necessitam de uma vaga”, relata.
Segundo ele, o Brasil conta com poucos pontos recarga, contudo, está alinhado com a média global de carregadores elétricos por veículo nas ruas.
A expectativa da subsidiária da Enel, Enel X Way, é triplicar os investimentos e os lucros no próximo ano. Para isso, ela está contando com parcerias com todas as montadoras que agem no Brasil e uma rede mundial que fabrica equipamentos de recarga.
Maisonnave, contudo, declara que a logística dos carros elétricos é diferente dos carros a combustão em relação a recargas. A maior parte das recargas deverão ser feitas na garagem residencial ou da empresa quando o carro estiver parado.
No Brasil, é corriqueiro os motoristas possuírem um lugar para guardar seus carros, ao passo que na Europa o mais frequente é parar os carros na rua, pelo preço alto dos espaços urbanos.
Os pontos de recarga vão servir para casos de emergência, ou para beneficiar, por exemplo, os clientes de shoppings e trabalhadores de prédios comerciais.
Fonte: Redação Click Petroleo e Gas