Picape mais vendida do Brasil ainda pode ganhar motor turbo. Lançamento, que seria em abril, foi adiado para julho.
O coronavírus fez com que a Fiat mudasse o cronograma de lançamento da Strada, a picape mais vendida do país. A chegada às lojas, antes prevista para o fim de abril, agora vai acontecer, no mínimo, em julho. Antes do adiamento e das medidas de isolamento social, o G1 avaliou a nova Strada.
Sem poder vender carros, a Fiat vai, aos poucos, soltando novas informações sobre a picape, seu principal lançamento do ano no Brasil. Nesta quinta-feira (16), em entrevista ao G1, Herlander Zola, diretor da marca, confirmou que a Strada vai ganhar, pela primeira vez, câmbio automático.
Cabine da Fiat Strada tem diversos elementos compartilhados com Uno e Mobi — Foto: Marcelo Brandt/G1
Automático de verdade
“Vemos a necessidade do câmbio automático. Está dentro do nosso radar para o futuro. Algumas possibilidades estão em estudo, mas é um desenvolvimento que leva mais tempo”, falou.
A Strada já foi vendida, há alguns anos, com a transmissão automatizada Dualogic. Desta vez, no entanto, a picape ganhará um câmbio automático “de verdade”. Só não há uma definição se será uma caixa convencional, com conversor de torque, ou do tipo CVT.
Outra incerteza é sobre o motor que irá combinar com o câmbio automático.
Nova geração da Fiat Strada — Foto: Marcelo Brandt/G1
Turbo? Talvez
Zola disse que a Fiat trabalha com duas opções: o 1.3 de 109 cavalos aspirado, já confirmado para a Strada, além do novo 1.0 turbo de 3 cilindros e aproximadamente 120 cv, que começa a ser produzido no final do ano, e também vai chegar a outros modelos.
“Motor turbo também é algo que está no radar. Os 2 desenvolvimentos existem para a linha, não especificamente para a Strada”, afirmou o executivo.
Mais do que a atual, menos do que a Toro
A Fiat ainda não anunciou os preços da nova Strada. O adiamento do lançamento e a variação cambial fizeram com que a empresa esperasse para definir os valores.
O que é certo, é que a versão de entrada, Endurance, custará mais que R$ 61.590. Esse é o preço da atual Strada Hard Working, que será mantida em linha, e tem sua sobrevivência garantida, pelo menos, até o final de 2021.
A partir de 2022, a lei brasileira vai exigir que todos os veículos sejam vendidos com controle de estabilidade, item que a Strada atual não traz. “Existe a possibilidade de receber o item. Se vai ou não receber, é outra conversa”, disse Zola.
Nova geração da Fiat Strada ao lado da primeira geração; picapes vão conviver por um tempo — Foto: Marcelo Brandt/G1
Para o novo modelo, é possível esperar valores mais altos. “O preço vai ser diferente da Strada atual. Evidentemente, falamos de um produto diferente, que evoluiu muito sob o aspecto de conteúdo”, falou Zola.
No entanto, o executivo garantiu que a Strada não irá invadir a faixa de preços da irmã maior, Toro, que começa em R$ 96.990.
Esse, aliás, poderá ser o preço das versões mais caras da picape, já com câmbio automático. A Toro de entrada, vale lembrar, tem câmbio manual.
Fiat aposta nas versões com cabine dupla da nova Strada — Foto: Marcelo Brandt/G1
É exatamente nas versões mais caras que a Fiat espera ampliar seu mercado. Atualmente, a versão mais cara, Adventure, corresponde a cerca de 5% das vendas. Zola acredita que a Volcano, nova configuração topo de linha, pode alcançar os 20%.
“Acredito que vamos ter crescimento das cabines duplas, porque há um benefício diferente e exclusivo, como as 4 portas e o espaço para 5 ocupantes”, concluiu o diretor.
Fiat Strada muda depois de 2 décadas; G1 testou a nova picape
Adeus, Adventure
A atual Strada Adventure com cabine dupla tem 3 portas e é homologada apenas para 4 pessoas.
Aliás, junto com esta configuração pouco convencional, o sobrenome Adventure deixará de existir, depois de duas décadas.
Depois que a Weekend saiu de linha, a Strada era o último modelo a usar esse nome de versão. “Esse sobrenome, nesse momento, vai ficar adormecido”, afirmou Zola.
Sobrenome Adventure deixará de existir — Foto: Divulgação
Strada para o mundo
Sem Adventure, a Fiat quer se aventurar com a Strada em outros mercados. A geração atual, que não recebeu grandes mudanças em 22 anos, é comercializada, além do Brasil, em países como Argentina, Chile, Colômbia, Peru e México.
Destes, apenas no primeiro, a picape se chama Strada e tem a marca Fiat. Nos demais, ela é comercializada pela RAM, e chama-se 700.
“Já está prevista [a exportação] para quase todos da América Latina. Isso não é uma realidade para a atual. Com a nova, existe uma possibilidade outros mercados, em outros continentes”, disse Zola.
Fonte: G1