Marca alemã poderia trazer de volta modelos como Corsa e Astra. Antes disso, as fabricantes francesas devem melhorar números de venda no país.
Com a compra da Opel pelo grupo PSA (dono das marcas Peugeot e Citroën) em março do ano passado, muitos brasileiros passaram a sonhar com a volta de nomes como Corsa, Astra e Zafira.
Os modelos, aqui vendidos como Chevrolet (a antiga dona da Opel), ganharam novas gerações com a marca alemã, e existem até hoje na Europa.
As esperanças ainda foram alimentadas pelo presidente da Opel, que disse, no lançamento do plano industrial da empresa, que a fabricante poderia chegar ao Brasil, caso houvesse “oportunidade”.
Um possível entrave jurídico seria voltar a usar nomes já registrados pela Chevrolet em carros de outra marca. No entanto, segundo a comandante da PSA no Brasil, Ana Theresa Borsari, essa preocupação não existe.
A executiva deu como exemplo o mercado chileno, onde a Opel chegou recentemente, e comercializa Corsa e Astra, antes vendidos pela Chevrolet.
‘Arrumar a casa’
Mas, pelo menos por enquanto, os pensamentos da PSA aqui no Brasil passam longe do lançamento de uma nova marca. “Primeiro temos que arrumar a casa”, brincou Ana Theresa, durante o lançamento do Citroën C4 Cactus.
Isso porque Peugeot e Citroën já tiveram momentos mais felizes em nosso país. Hoje, somadas, elas representam menos de 2% do mercado de automóveis e comerciais leves no Brasil, considerando dados da Fenabrave de janeiro a julho deste ano.
Como comparação, no mesmo período, há três anos, a fabricante japonesa tinha 2,4% de participação, praticamente empatada com a soma de Peugeot e Citroën, com 2,31% das vendas.
Recuperação
Para tentar voltar aos melhores dias, a PSA vem dando passos tímidos com novos produtos. Em 2018, a maior aposta é o Citroën C4 Cactus, que estará nas lojas em outubro, mas já teve a pré-venda aberta.
Segundo o diretor de marketing, Antoine Gaston-Breton, o Cactus deve representar metade das vendas da fabricante em 2019. “Ele é o embaixador da nova Citroën”, afirmou, otimista, ao revelar a expectativa de vender 25 mil unidades do utilitário compacto no ano que vem.
Isso significa uma média de mais de 2 mil unidades por mês. Uma tarefa bastante árdua. Isso porque o histórico recente da PSA joga contra. A última vez que um carro de Peugeot ou Citroën alcançou esses números foi em janeiro de 2015, quando o Peugeot 208 teve 2.026 exemplares vendidos.
Outros investimentos
Desses, alguns serão veículos comerciais. Entre os automóveis, o mais cotado é um SUV, que ficaria acima do C4 Cactus. É o C5 Aircross (diferente do Aircross vendido aqui atualmente), um “primo” dos Peugeot 3008 e 5008, que já foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, o Inpi. Ele já está à venda na China, e chega em breve também na Europa.
Gaston-Breton não confirmou a chegada do modelo, mas disse que ele seria um ótimo candidato para fazer crescer a família de SUVs da Citroën. Caso seja confirmado para o Brasil, o C5 Aircross chegaria importado. “É um produto de valor muito alto para ser nacionalizado”, explicou.
Roupa nova para afastar a má fama
Além dos produtos, a Citroën também está apostando em construir uma nova imagem perante o público. Isso começa pelas concessionárias. De acordo com o diretor de marketing, 60% da rede foi renovada nos últimos dois anos. Hoje, são 100 pontos de venda.
As lojas ganharam uma nova identidade visual, o que inclui uniforme dos funcionários, instalação de um espaço para venda de produtos relacionados à marca, como camisetas e miniaturas,
Fonte: G1