Através do coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, o Tesouro Nacional afirmou que o encurtamento do prazo da Dívida Pública Federal (DPF) não causa preocupação. De acordo com ele, apesar de a pandemia do novo coronavírus ter feito o governo emitir mais títulos públicos de prazo curto, a alta concentração de vencimentos de papéis em 2021 estava prevista desde 2015.
Em setembro, o percentual de vencimentos da DPF nos próximos 12 meses atingiu 26,03%, no maior nível desde setembro de 2014. Em agosto, a proporção estava em 21,65%. O volume de papéis que vencem em 12 meses é um dos indicadores usados para avaliar a qualidade da dívida pública de um país. Quanto menor a proporção, maior a confiança dos investidores.
“Quase todo esse movimento já estava no nosso radar porque o Tesouro, quando faz suas projeções, sempre já considera o que ele já tem de maturação contratada na janela de 12 meses à frente. E essa torre de setembro de 2021 já está aí desde 2015 – é uma torre de LFTs [Letras Financeiras do Tesouro] que foram emitidas com seis anos”, afirmou.
Por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar os compromissos. Em troca, compromete-se a devolver o dinheiro no vencimento dos papéis, acrescido de alguma correção, que pode seguir a Selic, a inflação, o câmbio ou ser prefixada (definida com antecedência no momento da emissão).
Por causa da pandemia de covid-19, o Tesouro fez em setembro a segunda maior emissão líquida de títulos da história, num total de R$ 80,55 bilhões. O montante só perde para julho de 2020. O aumento de emissões é necessário para o governo cobrir os gastos com o enfrentamento da doença, como o pagamento do auxílio emergencial e as ajudas aos estados e municípios.
Fonte: Redação