Rogério Jardini, especialista em filtração, destaca, entre outros fatores, que filtro mais econômico é aquele que fornece mais poros, da dimensão requerida, por unidade de custo.
É preciso conhecer muito bem o processo para saber como a manutenção será realizada, destacou o especialista em filtração Rogério Jardini, no Fórum de Debate Filtros industriais: manutenção de filtros e sistemas de filtragem”, promovido na Abrafiltros Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais, por meio da Câmara Setorial de Filtros Industriais – CSFI, no dia 25 de julho, em Santo André/SP.
Jardini explicou que o filtro entope pela retenção de contaminantes presentes no fluido e não pelo volume de fluido que passa por ele. “Se o fluido estiver limpo ou se o filtro deixar passar todas as partículas o filtro não entope”, comentou o especialista, explicando que a velocidade do entupimento está diretamente relacionada com a quantidade de contaminantes que chega e da sua área efetiva, ou quantidade de poros expostos ao fluxo de líquido.
Comentou que o filtro mais econômico é aquele que fornece mais poros, da dimensão requerida, por unidade de custo. São os poros que são utilizados e não a parte sólida. “Quanto mais contaminantes, mais rapidamente entope. Quanto menor a área também”, ressaltou.
O entupimento do filtro só ocorre até o ponto em que os poros livres para a passagem do fluido causem perda da pressão, que reduz a vazão até o nível em que não é suficiente para atender a demanda ou quando atinge a pressão terminal. “A perda da pressão aumenta quando o filtro entope”, afirmou.
Entre os fatores limitantes para não usar todos os poros do filtro citou a pressão necessária para fazer passar o fluido pelos poros restantes. “O limite é determinado pela pressão de colapso que suporta o meio filtrante, geralmente, em volta de 2,5 bar para os filtros tipo cartuchos descartáveis”, esclareceu Jardini. O desempenho do meio filtrante degrada assim como aumenta a perda de pressão. O coeficiente Beta é determinado até uma perda de pressão considerada terminal, acima da qual o filtro perde a sua capacidade de remoção.
Sobre o aproveitamento econômico dos poros falou que se situa entre 80% e 85%, ou seja, até que a perda de pressão final seja entre 5 e 7 vezes a perda de pressão inicial com o filtro limpo. Assim como o filtro entope, aumenta a perda de pressão, o consumo de energia também se eleva para empurrar o líquido através do filtro.
Jardini falou que nos sistemas de pressão constante ou de bomba centrífuga, assim como o filtro entope, diminui consideravelmente a vazão, e no caso da bomba aumenta também o custo da energia consumida.
Com relação aos poros não usados, ele disse que com um uma relação de pressão final sobre inicial de 5 são jogados fora 20% dos poros. Com fator de 7 vezes a perda de pressão inicial, são jogados 14,3% dos poros.
Ao final, ele falou que é preciso sempre super dimensionar os filtros, pois é muito mais econômico. Independentemente do meio filtrante, todo o processo deverá estar ajustado as suas características físico-química. “
João Moura, presidente da Abrafiltros, disse que o Fórum de Debates da Abrafiltros traz temas relevantes para o setor de filtração, como este sobre a manutenção adequada, que apresenta informações essenciais para o negócio, como as relatadas sobre o aproveitamento econômico dos poros e o consumo de energia. “Os Fóruns, que acontecem todos os meses, são uma iniciativa que apresenta sempre os avanços dos sistemas de filtração e suas aplicações”, finalizou.
Sobre a Abrafiltros:
Criada em 2006, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas – Automotivos e Industriais – tem a missão de promover a integração entre as empresas de filtros e sistemas de filtração para os segmentos automotivo, industrial e tratamento de água e efluentes – ETA e ETE, representando e defendendo de forma ética os interesses comuns e consensuais dos associados.
Fonte: Verso Comunicação e Assessoria de Imprensa