Multinacional dona da Chevrolet enfrenta crise e repensa sua atuação, incluindo o Brasil. Governador do Rio Grande do Sul visitou a unidade nesta sexta-feira (8).
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), participou de reunião na manhã desta sexta-feira (8) na fábrica da General Motors em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Após o encontro, ele disse estar confiante em um ajuste na empresa e em anúncios futuros.
“A própria manutenção das atividades da GM no Brasil importará novos investimentos bilionários, inclusive no estado do Rio Grande do Sul”, afirmou.
Em janeiro, a GM, que é dona da Chevrolet, enviou um comunicado aos funcionários, no qual diz que, após três anos de fortes perdas, a operação brasileira atingiu “um momento crítico que exige sacrifícios de todos”.
A carta também tem citações feitas pela presidente-executiva da GM, Mary Barra, que ameaça retirar as operações da Chevrolet na região: “Não vamos continuar empregando capital para perder dinheiro.”
A Chevrolet é a líder de mercado no Brasil desde 2016.
Durante a visita, o secretário da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso, a GM abriu uma frente de discussão com o governo do Estado, visando à avaliação de alguns itens pontuais na área tributária e não tributária, que envolvem também secretarias da área do desenvolvimento econômico. Essas questões pontuais estão sendo encaminhadas para avaliação com as áreas relacionadas aos temas propostos.
E o prefeito de Gravataí, Marco Alba (MDB), salientou que a montadora é responsável por 10% do PIB e representa 45% da arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do município.
Fábrica em Gravataí
Fábrica da Chevrolet em Gravataí, RS — Foto: Divulgação
A Chevrolet possui uma fábrica no estado gaúcho, inaugurada em 2000 em Gravataí. No local, são produzidos os modelos Onix (o veículo mais vendido do Brasil) e Prisma.
“Eu estou muito confiante. Mas essa confiança vem de observar que a relação que está se desenvolvendo da empresa com todos aqueles que se envolvem com ela, especialmente seus funcionários, são promissores e apontam para o bom ajuste e, consequentemente, para bons anúncios no futuro”, acrescenta.
No encontro, estiveram presentes os secretários estaduais Marco Aurélio Cardoso (Fazenda), Dirceu Franciscon (Desenvolvimento Econômico e Turismo) e Paulo Morales (Chefe de Gabinete), além do presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga, vice-presidente, Marcos Munhoz, e diretor de produção do complexo gaúcho, Luis Mesa.
No dia 30 de janeiro, Leite se reuniu com executivos da General Motors em São Caetano do Sul (SP).
A exemplo do que já havia salientado, reiterou que fará o que for possível “para dar as condições de a empresa manter e aumentar investimentos no estado do Rio Grande do Sul”, sem fazer anúncios concretos.
No entanto, nenhum investimento no local foi anunciado.
Situação da GM no país
A unidade gaúcha integra as operações da GM Mercosul, que tem outras três no Brasil – em São Caetano do Sul e São José dos Campos, ambas em São Paulo, e uma fábrica de motores, em Joinville (SC). O braço regional da empresa ainda opera uma unidade em Rosário, na Argentina.
A GM tem em andamento projeto que prevê investimento de R$ 13 bilhões no país até 2020, dos quais R$ 1,4 bilhão na fábrica no Rio Grande do Sul, para a montagem de novos modelos de veículos.
Leite acrescentou que acompanha o que é determinante nas relações da empresa, que segundo ele são as relações com seus concessionários, fornecedores e principalmente com os sindicatos “de forma a dar a ela as condições de projeção de manutenção dessas atividades e ampliação das atividades no Brasil.”
Nesta quinta-feira (7), os funcionários da fábrica de São José dos Campos aprovaram um acordo com a GM, que congela o salário e reduz a participação nos lucros da empresa. Em troca, a empresa se comprometeu a investir na unidade do interior paulista.
Fonte: G1