Síndrome de Burnout: entenda o que é, alguns de seus principais sintomas e saiba como identificá-la!
Na última década, um assunto ganhou destaque dentro das empresas e tem feito não só os departamentos de recursos humanos, como também as diretorias das organizações, pensarem em mudanças e reformulações das políticas internas: a Síndrome de Burnout.
Trata-se de um problema capaz de afetar o rendimento dos colaboradores e, em casos mais graves, provocar baixas no quadro de funcionários — que acaba comprometendo, consequentemente, o desempenho e o alcance de metas do negócio.
A Síndrome de Burnout é um estado de fadiga física e, principalmente, mental que a pessoa vivencia no trabalho. Durante esses episódios, o profissional se sente incapaz de se concentrar, memorizar e realizar qualquer tarefa, por mais simples que ela seja.
Em paralelo a isso, há um sentimento constante de baixa criatividade, negação das próprias habilidades e competências e a necessidade de se isolar socialmente — o que acaba afetando a relação com os colegas de equipe. Devido a tudo isso, o desempenho da pessoa vai caindo drasticamente, e ela passa a dar cada vez menos importância à própria carreira.
Disfunção prevista na CID
Essa é uma disfunção prevista na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID). Portanto, ao ser diagnosticada por um médico, essa se torna uma causa oficial para faltas justificadas ao trabalho e, dependendo da seriedade dos sintomas, até mesmo, para se afastar das atividades por algum período.
A Síndrome de Burnout não é [considerada uma] doença, nem [um] transtorno mental, mas, sim, o resultado de uma exposição contínua a situações de estresse no ambiente em que a pessoa atua.
Ou seja, quando o estresse atinge um nível crônico, o profissional desenvolve um quadro comportamental e psicológico em que apresenta os sintomas já mencionados e vai, a longo prazo, se tornando incapaz de continuar exercendo as atividades da rotina.
Contudo, tenha atenção: esse quadro não interfere em outros aspectos da vida do indivíduo, sendo detectado e manifestado, como mencionamos lá no início, somente no trabalho dele.
Mas, aqui é importante fazer uma observação: caso a pessoa que tem essa síndrome siga passando por episódios estressantes e não faça o tratamento adequado, isso pode dar margem para que ela desenvolva, de fato, transtornos mentais graves, como depressão, fobias e transtorno do pânico.
Cansaço em excesso
Mesmo depois de alguns dias de descanso, ou logo no começo do dia, a concentração acaba sendo reduzida. Isso reflete também na ansiedade e no estresse.
Lapsos de memória
Esquecimento de alguma demanda prioritária que estava tocando ou até mesmo sobre o que falaria em alguma reunião.
Dores de cabeça frequente
Aliado a isso, ocorrem perdas de apetite, insônia, sentimentos de fracasso ou de insegurança e também dificuldades de concentração.
Irritabilidade
É muito comum em quem desenvolve a síndrome devido ao sentimento de negatividade constante, bem como a sensação de desesperança ou pelas baixas expectativas que tem com o trabalho próprio.
Quais são os números da Síndrome de Burnout no Brasil?
Segundo um recente estudo divulgado pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho, também conhecida como Anamt, cerca de 30% de profissionais no Brasil sofrem com o Burnout.
Além disso, o levantamento apontou que o nosso país está em segundo lugar no mundo no número de pessoas que contam com esse distúrbio, o que revela uma preocupação para as empresas.
A Síndrome de Burnout não tem preferência por um tipo específico de colaborador, como aqueles que realizam muitos afazeres braçais, tarefas criativas ou, então, atividades tecnológicas.
Qualquer indivíduo, independentemente da posição na hierarquia da organização, pode enfrentar esse problema em algum momento da carreira. Afinal, há um padrão já identificado nas causas dessa disfunção, que inclui:
- jornada de trabalho muito longa e cansativa;
- realização frequente de atividades em situação ou local de risco, que demandam cuidados extras para a própria proteção;
- acúmulo de funções complicadas para um único cargo — inclusive de áreas que o colaborador não domina;
- necessidade de fazer horas extras ou levar trabalho para casa para dar conta da quantidade de tarefas e prazos apertados;
- constante desvalorização por parte da equipe e, em especial, dos supervisores;
- excesso de cobranças, críticas e julgamentos por parte dos superiores;
- conflitos (como desentendimentos e agressões) que tumultuam e deixam o clima organizacional pesado;
- ambiente de trabalho sem os equipamentos, materiais e acessórios necessários para as atividades do profissional, especialmente aquelas feitas de modo repetitivo e em grande volume.
Se as organizações querem ajudar os colaboradores e criar um local humanizado, empático e verdadeiramente acolhedor, capaz de proporcionar satisfação profissional, é preciso que elas repensem e reestruturem a relação que têm com os funcionários.
Como? Por meio de ações, como novas normas internas de conduta, adoção de fluxos de trabalho, flexibilização da jornada de atuação, cobrança de metas coerentes com a realidade da organização e delegação rotatória de atividades.
Além disso, também é importante a oferta dos recursos necessários para as tarefas dos colaboradores, a criação de espaços para lazer e descanso dos trabalhadores e o estabelecimento de uma cultura de feedbacks — para que a companhia tenha um retorno do que os funcionários acham do trabalho e conheça os limites pessoais deles.
Como é o tratamento da Síndrome de Burnout?
Existem duas possibilidades. A primeira é quando a pessoa tem essa síndrome, mas ela não evolui a ponto de desencadear transtornos mentais adjacentes. Nesse caso, o tratamento é realizado com um psicólogo com quem ela terá sessões contínuas de terapia.
A segunda alternativa, por sua vez, é quando o indivíduo está com a Síndrome de Burnout e ela chegou a um ponto bastante crítico, levando-o a desenvolver um ou mais transtornos mentais que podem precisar de medicamentos para conter e reduzir os sintomas físicos.
Por conta disso, além das sessões semanais com o psicólogo — que seguem sendo indispensáveis —, a pessoa deverá fazer um acompanhamento psiquiátrico mensal como complemento ao tratamento. Assim, o médico vai avaliar a resposta do indivíduo aos remédios e estipular o período que ele deve seguir tomando cada um.
A Síndrome de Burnout é um problema sério e merece um esforço conjunto por parte das empresas, não só para combatê-lo, mas também para preveni-lo. Afinal, muito mais do que visar a resultados positivos para os negócios, essa é uma ação em prol do capital humano que constrói e dá voz às organizações. Portanto, cuidar dos seus colaboradores também é um investimento a longo prazo no seu empreendimento.
Artigo publicado no Portal Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Confira outras informações e conteúdos como cursos, planilhas e livros gratuitos em http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae.
Escrito por: Sebrae