O Grupo Comolatti anunciou Conrado Comolatti Ruivo como seu novo presidente. Conrado ocupava a vice-presidência e assume o cargo no lugar do empresário e empreendedor Sergio Comolatti, que comandou o Grupo por três décadas. Formado pelas empresas BR AutoParts, DASA, PELLEGRINO e CAR, o Grupo Comolatti completou 65 anos e atua também em outros setores, como o imobiliário e o de entretenimento/gastronomia.
Em entrevista exclusiva à revista Mercado Automotivo, o novo presidente do Grupo destaca quais são os principais desafios esperados para os próximos anos, em um momento em que o pior da pandemia de Covid-19 parece já ter passado. Confira a seguir:
Mercado Automotivo – O senhor substitui Sergio Comolatti na presidência da empresa após três décadas de gestão. Quais são os principais desafios e expectativas que vislumbra para sua gestão nos próximos anos?
Conrado Comolatti Ruivo – O principal desafio é dar continuidade ao legado construído pelo Sergio, empregando um ritmo de expansão dos negócios, com uma boa governança e controles internos, que garantam um crescimento sustentável. Um outro desafio está em cada vez mais modernizar nossas ferramentas de vendas e digitalizar nossos processos, trazendo mais agilidade e facilidade para nossos clientes.
MA – Qual é o sentimento ao assumir um cargo de tamanha importância para a empresa? Como se preparou para este momento?
CCR – Além da minha formação acadêmica, passei por outras companhias antes de ingressar no grupo. Quando entrei na empresa, há 17 anos, comecei pela área financeira, depois TI e, por último, na área comercial de autopeças. Ao longo destes anos, pude participar de diversos projetos, sempre próximo do Sergio, me preparando para novos desafios.
Estes últimos anos foram ainda mais intensos, com os desafios da Covid e a expansão das nossas atividades. Essa preparação não para aqui. Para continuar crescendo, precisamos estar sempre nos desafiando e aprimorando o nosso conhecimento, para trazer novas ideias que tragam um diferencial para nossos negócios.
MA – Quais são os principais valores ensinados por seu avô e seu tio que levará consigo em sua gestão? Qual é a importância dos dois para a sua formação?
CCR – São vários. Vivo a essência da empresa desde pequeno e posso destacar a dedicação tanto do Sr. Evaristo como do Sergio à empresa, sempre colocando-a em primeiro lugar. Ética, compromisso com clientes e fornecedores, governança, respeito aos colaboradores e trabalho em equipe são alguns dos nossos principais valores. Assim como credibilidade, integridade, espírito empreendedor, comprometimento e justiça, que cultivamos no Grupo, iniciados desde a sua fundação, pelo Sr. Evaristo, e perpetuados pela gestão do Sergio.
MA – Ingressando agora em 2023, o senhor entende que finalmente é possível ver o fim da crise gerada pela pandemia de Covid-19? Ou o mercado deverá seguir enfrentando dificuldades?
CCR – Continuamos a ver problemas de abastecimento em nossos fornecedores, causados pela pandemia, mas já buscando uma volta à normalidade. É difícil prever, mas até o final do ano devemos ter uma melhora consistente nas cadeias produtivas, principalmente com o alívio nas medidas de restrições da China agora no início de 2023.
MA – O Grupo Comolatti atua também em outros setores, como o imobiliário e de entretenimento/gastronomia, ainda que a maior fatia esteja dedicada ao setor automotivo. Quais foram os desafios em lidar com diferentes segmentos durante a pandemia? Como o Grupo conseguiu “manter todos os pratos girando e sem cair”?
CCR – Para cada setor em que atuamos, tivemos diferentes desafios. O segmento automotivo acabou sendo beneficiado durante a crise, então aproveitamos para expandir nossas filiais. Mas, no outro extremo, o restaurante enfrentou seu maior desafio na história de seus 55 anos, ficando fechado por mais de 6 meses, o que gerou uma oportunidade para investir e fazer uma reforma completa, que acabou gerando um benefício após o fim das restrições da Covid.
MA – Gostaria que falasse sobre o momento da Rede PitStop. É possível pensar em crescimento em 2023?
CCR – Neste último ano, a rede atingiu a importante marca de mais de 2.100 pontos de venda, o que a coloca como a principal no varejo de autopeças do Brasil e uma das principais varejistas em todo o segmento do mercado. Nós continuamos a acreditar no crescimento da rede, não apenas pela importância como negócio, mas principalmente pelo desenvolvimento do varejo de autopeças no Brasil.
MA – Gostaria que falasse sobre o Instituto Comolatti? Qual é sua importância e quais são as expectativas do Grupo para a atuação do Instituto em 2023?
CCR – O Grupo sempre apoiou projetos sociais, desde a gestão do Sr. Evaristo. O Instituto, que foi uma excelente ideia do Sergio, vem a organizar todas estas atividades com um foco maior em educação, proporcionando o reforço estudantil em aulas de português, matemática e desenvolvimento de habilidades socioemocionais.
Hoje, mais de 70 crianças, de 6 a 13 anos, são assistidas. Para o ano de 2023, a expectativa é que esse número aumente para 150.
MA – Qual é a expectativa do Grupo Comolatti para o mercado de reposição brasileiro nos próximos dois anos? Há otimismo para o aumento dos negócios por conta da supervalorização dos usados?
CCR – Acredito que já vivemos, nos últimos dois anos, esse ciclo de valorização de usados, e a tendência agora é um arrefecimento. Estamos positivos para o nosso mercado com o ano de 2023, mas o ritmo nos próximos anos vai depender de como o novo governo vai conduzir a economia. Uma preocupação é o nível de taxa de juros, que acaba reduzindo investimentos e enfraquecendo o crescimento da economia.
MA – Por fim, gostaria que deixasse uma mensagem aos colaboradores e parceiros do Grupo Comolatti neste início de nova jornada.
CCR – O sucesso do Grupo, ao longo desses 65 anos, esteve na competência, garra e dedicação de seus mais de 4 mil colaboradores, e é com esta base que continuaremos a ter um papel de destaque em nossas atividades, trazendo melhores serviços para nossos clientes, acreditando no Brasil e no setor de Aftermarket, principal atividade do Grupo.
Escrito por: Redação