Objetivo é promover 40 ações de auxílio a inserção do comércio internacional.
Uma parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a
Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê auxiliar empresas que desejam promover seus negócios
no exterior. No total, o projeto pretende ajudar mais 1,7 mil companhias em todo o País.
De acordo com a Apex, cerca de 40 ações deverão ser promovidas nos próximos dois anos para ajudar
a inserir empresas brasileiras no comércio internacional. A ideia é atuar em frentes como a prospecção
de mercados em outros países e em rodadas com compradores estrangeiros para ampliar as exportações
das marcas selecionadas para o projeto.
Espera-se que sejam investidos R$ 13 milhões nas diversas fases do projeto. A meta dos organizadores,
no entanto, é que o conjunto de estratégias desenhadas para as empresas fomente, de fato, sua internacionalização
e gere até R$ 350 milhões em novos negócios.
Ao menos oito ações ainda serão realizadas em 2019. Entre elas, viagens a duas feiras internacionais na Alemanha, Anuga e K, e uma missão à Feira CIEE, na China. Até dezembro, os organizadores esperam promover encontros com compradores internacionais em cidades brasileiras.
A Apex ressalta que, desde 2013, mais de 4,5 mil empresas foram apoiadas por medidas semelhantes. Como consequência, os projetos realizados resultaram em um volume de recursos da ordem de US$ 2,5 bilhões (equivalente a mais de R$ 10 bilhões).
A Apex destaca ainda que, por mais que as operações de internacionalização sejam complexas, não são apenas as empresas experientes que podem usufruir do trabalho da agência. “A Apex-Brasil desenvolve projetos, com inteligência e pessoal
exclusivos e supercapacitados, que apoiam diferentes segmentos industriais do País, como autopeças, aeroespacial, fundição, máquinas e equipamentos, petróleo, gás e biocombustíveis, cerâmica e revestimento, para citar alguns. Os projetos atingem dos Estados Unidos à China, passando pelos vizinhos sul-americanos, além de México, Canadá, União Europeia e África”, ressalta a entidade.
Atualmente, a Apex-Brasil também apoia pequenas e médias empresas através de programas como o Peiex (Programa de
Qualificação para Exportação). A iniciativa procura dar “o caminho das pedras” rumo ao mercado internacional com foco em micro, pequenos e médios negócios. Em 2018, mais de 6.700 empresas foram atendidas, em 1.300 municípios de todo o País.
Para quem já exporta, mas deseja ampliar seu raio de atuação, a Apex-Brasil oferece o Programa de Internacionalização de Empresas. A equipe da entidade orienta essas companhias nesse cenário com o objetivo de promover maior competitividade e ampliar os negócios das brasileiras.
“Além de possuir nove escritórios internacionais, a Apex-Brasil produz estudos exclusivos que orientam o empreendedor na hora de conhecer melhor as características comerciais de diferentes países e regiões do planeta. A Agência disponibiliza gratuitamente essas informações na forma de estudos de mercado atuais e completos. Para colocar a mão na massa, a
Apex-Brasil aplica esses conhecimentos ao levar empresários para feiras setoriais ao redor do mundo”, completa a entidade.
Aumento de investimentos
Se os brasileiros olham para o exterior com esperança, o governo brasileiro também é otimista em relação aos investimentos previstos dentro do País. De acordo com o boletim Perspectivas do Investimento, produzido por analistas
setoriais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os aportes no Brasil devem melhorar no quadriênio 2019/2022.
O estudo estima investimento total no período de R$ 1,1 trilhão para 19 setores analisados, sendo 11 da indústria e oito da área de infraestrutura, que respondem por cerca de 25% da formação bruta de capital fixo (FBCF) da economia. O valor revela incremento real de 2,7% em relação aos investimentos previstos no período anterior (2018 a 2021). Importante destacar ainda que o estudo considera investimentos apoiados e não apoiados pelo BNDES.
“No conjunto dos setores analisados, o boletim revela crescimento real médio de 3,9% ao ano no período, puxado por uma aceleração do crescimento no final do quadriênio. O desempenho é bem superior às projeções atuais para o PIB [Produto Interno Bruto] do boletim Focus [produzido pelo Banco Central]”, aponta o estudo.
Para Fernando Puga, assessor da presidência do BNDES, a perspectiva para 2022 é de forte crescimento do investimento, sobretudo em setores como petróleo e gás, e também na energia elétrica. Parte desse cenário é motivado pela recuperação
do preço do petróleo no mercado internacional e também pelos leilões de concessão ou de partilha de blocos exploratórios
ocorridos em 2017 e 2018.
Na infraestrutura, o BNDES estima que os segmentos de logística e saneamento terão melhor desempenho dos investimentos nas áreas mais carentes de desenvolvimento, especialmente a partir de 2020. Além disso, o estudo
prevê que políticas públicas, mudanças no marco regulatório e programas de concessão de serviços de infraestrutura ao setor privado têm influência positiva sobre os investimentos, enquanto a situação fiscal das unidades da Federação segue sendo fator de inibição de investimentos.
Em uma visão otimista, portanto, é possível esperar por notícias positivas tanto no mercado interno brasileiro quanto no âmbito exterior, a partir de novos negócios das empresas nacionais. Resta torcer para que as previsões sejam confirmadas.
Escrito por: Redação