Do trabalho com foco em resultados à comunicação e gestão transparentes, a Workana (plataforma de trabalho freelance (on-line) listou os principais pontos a serem considerados por empresas e profissionais na nova relação e nova rotina de trabalho na qual estamos hoje – e provavelmente continuaremos daqui para frente. Há exatamente um ano, entramos em quarentena no Brasil devido à pandemia, e nos vimos diante do home office – modelo de trabalho que, até então, havia sido experimentado por poucos profissionais e empresas. E ao longo desse um ano, o trabalho à distância só fez se consolidar – tanto que, mesmo quando a pandemia acabar, a intenção de 84,2% dos líderes é promover o trabalho remoto –, e muita coisa mudou, ou deveria ter mudado, nas relações de trabalho, para melhor adaptação de empresas e profissionais à essa nova realidade.
O desempenho do profissional, que muitas vezes é medido pelas horas de trabalho por ele cumpridas, por exemplo, pode dar vez ao trabalho com base em resultados e objetivos, a comunicação entre líderes e funcionários pode ser mais transparente e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional pode ser promovido pelas empresas, contribuindo assim para que todos
mantenham a saúde mental em dia. São muitos os pontos que podem fazer a diferença nessa nova rotina de trabalho, e para ajudar nesse processo de mudança, a Workana, plataforma que conecta freelancers a empresas da América Latina, listou alguns deles e preparou dicas. Veja:
Trabalho com foco nos resultados
De acordo com o relatório anual da Workana, 35,2% dos CLTs acreditam que, no futuro, o trabalho será mais flexível, e o sucesso será medido pelo resultado oferecido, e não pelas horas trabalhadas. Número bem parecido com o dos líderes de empresas, 38,6%, que também apostam que essa flexibilidade pode gerar um bom retorno. De olho nessa tendência, é fundamental que os gestores orientem seus colaboradores pensando nos objetivos que eles têm a alcançar, e não apenas nas horas que precisam cumprir. Até porque, mesmo atuando à distância, 42,6% dos colaboradores CLT consideraram sua produtividade excelente, 39,3% muito boa, 14,8% boa – contra apenas 3,3% que acharam regular ou ruim –, e 63,2% dos gestores disseram ter notado que os funcionários tiveram a mesma performance de quando estavam no escritório, ou aumentaram a produtividade com essa certa liberdade que o home office traz. Do office centric ao professional centric
O trabalho deixou de ser o lugar para onde vamos e, com isso, as empresas precisam deixar de ser office centric (centradas no escritório), e ressignificar o trabalho dentro da perspectiva professional centric, que coloca as pessoas e suas necessidades no centro de tudo, tendo como ponto de atenção o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e a saúde mental. Isso porque, durante a pandemia, por exemplo, 24% dos funcionários alegaram ter tido dificuldade de concentração, 13,2% sentiram ansiedade, 5,8%, depressão, e 0,8%, claustrofobia. Com essas informações, 10,5% dos líderes afirmaram que, no pós-pandemia, as empresas terão maior preocupação com a saúde mental e física dos funcionários.
E com a possibilidade de haver uma diminuição dos escritórios – que é no que 10,1% dos gestores apostam –, ou até uma extinção deles – algo que para 13,7% será uma realidade no pós-pandemia –, as estratégias de gestão devem estar ainda mais voltadas a essas questões, observando de forma empática os colaboradores e o papel que eles desempenham em suas equipes. Transparência na comunicação e gestão Agora, durante a pandemia, 89,3% dos funcionários consideraram a comunicação das empresas excelente, boa ou muito boa. Mas, para que o funcionário esteja alinhado com os objetivos da companhia, mesmo que à distância, para 16,4%, no futuro a comunicação deverá ser mais transparente, e também para 16,4%, os processos e comunicações devem ser on-line, e estar ou não no escritório não fará diferença. Por tal motivo, os líderes terão que reforçar a comunicação e torná-la o mais transparente possível, trabalhando-a, inclusive, de forma a contribuir para o desenvolvimento de habilidades pessoais e técnicas dos colaboradores.
Mas só 8,8% dos gestores afirmaram que a empresa deverá ter uma comunicação mais transparente no futuro. Em seu relatório anual, a Workana identificou que as empresas que ouviram mais as necessidades de seus funcionários, foram as que tiveram mais facilidade para se adaptar ao trabalho remoto. Por isso, estabelecer uma relação de confiança com os funcionários, e até mesmo contar com a opinião deles nas tomadas de decisão sobre a empresa – principalmente em questões que os envolvem –, é crucial para que haja um elo entre ambos, e que a cultura corporativa seja capaz de motivar as equipes, que é no que apostam 17,2% dos gestores para o mundo do trabalho daqui para frente. Contratação de profissionais de outras cidades/ estados/países As fronteiras, quando o assunto é contratação de profissionais, ficaram no passado – ou pelo menos já deviam ter ficado.
Ainda mais com essa experiência de home office que estamos vivendo, que deixa claro que talentos podem ter acesso a oportunidades em qualquer lugar do mundo, assim como as empresas podem contar com esses talentos estejam onde estiverem. 16,1% dos líderes afirmaram que, na hora de uma contratação, o único parâmetro a ser considerado será a competência do profissional – serão contratadas pessoas de outras províncias ou países –, reduzindo assim a atual escassez de profissionais qualificados sinalizada pelas empresas, e aumentando o número de oportunidades de emprego aos trabalhadores.
Há também aspectos relacionados a ferramentas, benefícios e treinamentos aos quais as empresas precisam se atentar, pois têm muito a melhorar. Para Daniel Schwebel, country manager da Workana no Brasil, tomar ciência do quão importantes são todos esses pontos mencionados acima já é um primeiro passo nesse trabalho de adaptação ao novo mundo do trabalho. “Não é fácil, e nem será rápido. Mas agora já sabemos que é possível, saudável e cheio de vantagens a todos. Então,
não há motivos para não seguir em frente rumo a essas tendências que, em breve, serão praticadas pela maioria das empresas – se não todas”, conclui.
Escrito por: Thassio Borges