A Luporini tem motivos de sobrar para celebrar 2023. A empresa completa um século de existência neste ano, em uma trajetória na qual conheceu “momentos de céu e de inferno”, conforme define o próprio CEO da empresa, Guido M. Luporini, em entrevista exclusiva à revista Mercado Automotivo.
Pensar no início da marca remete a tempos quase inimagináveis nos dias atuais. Foi em 1923, quando o mundo ainda se recuperava dos efeitos da Primeira Guerra Mundial (1914/1918), que Marcello Luporini, jovem oficial italiano que havia chegado ao Brasil no final do conflito, decidiu criar seu próprio negócio com a Distribuidora Luporini – então representante local da marca RIV, fabricante de rolamentos da Itália. Atualmente, a Luporini se define como uma empresa global de desenvolvimento, importação, distribuição e exportação de rolamentos e autopeças.
Para chegar ao importante marco do centenário, Guido M. Luporini ressalta que a empresa precisa necessariamente se cercar de bons profissionais e procurar a evolução sempre. Confira a entrevista a seguir:
Mercado Automotivo – A Luporini completa 100 anos de atuação no Brasil em 2023. Qual é a importância dessa marca para a empresa?
Guido M. Luporini – A marca Luporini traz consigo, onde quer que vá, respeito, carinho e admiração. Quem carrega a marca no peito é bem recebido nos quatro cantos do Brasil e ao redor do mundo. Senti isso na Automec 2023. Não teve um único corredor, por onde eu passei, que não houvesse alguém me parando para nos parabenizar pelos 100 anos de empresa e pelo excelente trabalho.
MA – O Brasil mantém há décadas uma taxa de mortalidade de empresas muito alta. A maioria encerra suas atividades menos de cinco anos após sua criação. Nesse sentido, como a Luporini superou os desafios nestes últimos 100 anos para chegar a essa marca?
GL – A empresa, nesses 100 anos de caminhada, já conheceu o céu e o inferno. E quem participou dessa jornada sabe que a única forma de superar todos os desafios é tendo determinação e resiliência. Estar sempre com o “olho no gato e outro no peixe”, saber “se equilibrar na corda bamba” e estar sempre atento com as “punhaladas nas costas”. Ou seja, tendo bons profissionais trabalhando consigo e procurando evoluir sempre.
MA – Gostaria que falasse sobre a Pluvem. Quais seus principais diferenciais e benefícios?
GL – A Pluvem é a plataforma digital da Luporini, sua plataforma de negócios na nuvem. Ela é formada, atualmente, por um “B2B” e um “marketplace”. De um lado, a Pluvem aproxima e melhora a relação com os nossos clientes, flexibilizando e agilizando a comunicação entre as empresas. E, do outro, cria um ambiente de negócios que aproxima o consumidor final a esse mesmo cliente, trazendo mais vendas para ele e, consequentemente, mais negócios para a Luporini. Uma operação onde todos ganham.
O principal diferencial da Pluvem é o respaldo de uma empresa de 100 anos selecionando empresas, produtos, serviços e informações para quem precisa do seu carro seguro e bem equipado.
MA – Qual é a importância de promover um investimento constante em inovação atualmente? Ainda há espaço no setor de reposição automotiva para empresas que não promovem inovação em seus negócios?
GL – O consumidor gosta de estar próximo de quem ele admira. A inovação traz mudanças, traz resultados, traz admiração. Inovação e tecnologia andam juntos, sempre de mãos dadas com a criatividade. Olhando por esse prisma, quem não investir em pessoas e em tecnologia não terá inovação. Não, não há espaço para quem não inovar.
MA – Qual é a urgência da implementação de uma reforma tributária no Brasil? O senhor entende que a confusão com impostos e as altas alíquotas cobradas ainda são um dos principais problemas enfrentados pelas empresas no País atualmente?
GL – A complexidade tributária consome muitos recursos para sistematizá-la. Atrapalha o fluxo de caixa da empresa e gera insegurança jurídica. O pior, porém, é a alta carga de impostos que, somado à impunidade, favorece a concorrência desleal.
É ruim para todo mundo, menos para o Estado, que recebe o dinheiro antes e cria dificuldade para devolver depois. Sim, é urgente que se faça uma reforma logo. Quanto mais demorar, mais investimentos vai afastar. Ninguém vai querer investir com as regras mudando.
MA – A Luporini tem atuação global. Nesse sentido, a empresa também foi impactada pela falta de semicondutores no setor automotivo? É possível dizer que o pior já passou?
GL – Você está certo ao falar que a Luporini é uma empresa global, pois temos estrutura na China e importamos de vários outros países, porém não trabalhamos com semicondutores. Fomos afetados pela flutuação do dólar, aumento do frete marítimo e desabastecimento da indústria em geral, mas não pelos semicondutores. Por enquanto, tudo está normalizado.
MA – Gostaria que falasse sobre a Campanha Rumo aos 100 Anos, lançada em 2019. Quais foram suas principais ações? Como a empresa avalia os resultados obtidos com a Campanha?
GL – A campanha “Rumo aos 100 Anos” começou na Automec 2019 com uma competição de corridas virtuais. Da feira, a competição passou a ser disputada dentro de um caminhão itinerante, que visitava as lojas parceiras da Luporini. Todos os funcionários podiam participar e se divertir no simulador de corridas. O campeão de cada loja era, então, convidado a disputar uma finalíssima no kartódromo internacional da Granja Viana. O vencedor da corrida real levou o grande título da Campanha Rumo aos 100 Anos.
Entretanto, por conta da Covid, montamos uma equipe de corridas virtuais durante a pandemia, na qual vários pilotos importantes do automobilismo brasileiro participaram, ganhando alguns títulos.
Infelizmente, campanhas de marketing não têm correlação direta com os resultados da empresa. Porém, o grande resultado da campanha foi o estreitamento do relacionamento com os nossos parceiros e mostrar ao mercado que a Luporini está sempre inovando em prol do mercado. Se medir por isso, a campanha foi um grande sucesso.
MA – Qual é a expectativa da Luporini para o Brasil nos próximos 2 anos? Há otimismo?
GL – Sim. A expectativa é de crescimento. Estamos sempre otimistas com relação ao futuro. Os resultados dependem muito mais do esforço do nosso trabalho do que das condições econômicas do Brasil, propriamente ditas. Claro, isso se o cenário não for mais nebuloso do que o início do novo governo.
MA – E quais são os planos da Luporini para os próximos anos de atuação no Brasil? Qual será o foco da empresa?
GL – A Luporini pretende consolidar suas marcas próprias no mercado (ASH, Worx e Kotra), promovendo a “Pluvem”. Abrir filiais. Nada, sem segredo.
MA – Gostaria que deixasse uma mensagem a todos os colaboradores da Luporini neste ano especial para a empresa.
GL – A mensagem vai de agradecimento. Pela dedicação, esforço e profissionalismo que todos têm se empenhado em benefício da Luporini. E, de otimismo, dizendo que o melhor ainda está por vir. Obrigado a todos. Um abraço carinhoso.
Escrito por: Redação