Cada vez mais, é sustentável quem sabe se comunicar, vender, expor ideias, propor ações, gerar relevâncias, agregar valor pela informação e dar satisfações do que faz.
Estamos combinados: faz muito tempo que a busca da sustentabilidade deixou de basear-se somente na causa ambiental.
Empreendimentos e ações sustentáveis têm hoje, como pilares, a construção do ambiente saudável, a preocupação social e a viabilidade econômica.
Muitos especialistas, no entanto, já adicionaram outro pilar a essa lista: trata-se do relacional ou comunicativo. Numa sociedade multiconectada, cada vez mais on-line, um projeto jamais será sustentável se não puder gerar relações de comunicação e interação entre as comunidades de interesse.
Cada vez mais, é sustentável quem sabe se comunicar, vender, expor ideias, propor ações, gerar relevâncias, agregar valor pela informação e dar satisfações do que faz.
Esse é o universo da open innovation e do crowdsourcing, que vêm democratizando aquilo que chamo de “economia do cedro”.
Analisando os processos de integração digital de empresas e instituições podemos apontar 10 erros que fazem ainda capenga o passo das empresas sustentáveis.
1- Forma sem conteúdo. Muitas empresas primam pela modernidade e pela velocidade em seus sites e páginas nas redes sociais. Na vida real, no entanto, mantêm velhos paradigmas. São lentas, feias e arcaicas.
2- Estéticas dissonantes. Muitas companhias se comunicam por meio de símbolos que nada lembram suas reais identidades. Mostram cor, mas vivem em preto e branco. Anunciam alegria, mas são carrancudas. Elogiam a variedade e o movimento, mas estão constituídas de modelos imutáveis.
3- Esconde-esconde. Há empresas que, paradoxalmente, usam seus sites como barreiras de ocultação. Podem ser bonitos e chamativos, mas não informam um telefone, um endereço. Por vezes, não existe nem mesmo um e-mail para contato. Não há pontes com o universo das coisas tangíveis.
4- Muito barulho por nada. Nas redes sociais, muitas vezes a informação divulgada não tem qualquer relevância para o público-alvo; por vezes, para ninguém.
5- Redes tagarelas. Frequentemente, a avalanche de informações, convites e anúncios, em redes sociais ou e-mails, esgota o receptor e gera a interrupção do diálogo virtual.
6- Ouvidos tapados. Muitos sites ou canais em redes sociais não sabem conversar: não geram respostas ou as geram muito lentamente.
7- Presença sem método. Muitas empresas não sabem (ou acham que não precisam) medir o ROI de seus projetos no campo virtual. Ignoram o impacto real de suas ações e não são capazes de calcular quanto estão ganhando ou perdendo com esse investimento.
8- De olhos bem fechados. Num tempo de rápidas mutações na área do comportamento, muitas empresas se tornam incapazes de identificar seus interlocutores. Baseadas em estereótipos, adotam códigos inadequados para abordar seus possíveis clientes.
9- Ausência de síntese. Muitos sites e outros canais virtuais falam muito e comunicam pouco. Não são enxutos. Não são claros. E, pior, não sintetizam propósitos, não dizem a que se destinam.
10- Problema de mira. Por conta da natureza do business, muitas empresas precisam lidar com diferentes públicos. Frequentemente, por inépcia na gestão dos sistemas digitalizados, decidem centrar o diálogo no segmento que mais interage com seus canais e ferramentas. Cuidado. Muitas vezes, o grupo mais numeroso de clientes, prospects ou consolidados é justamente composto pelos interlocutores silenciosos ou tímidos.
Escrito por: Carlos Júlio