Você quer empreender? Está empreendendo? Vale, então, conferir as histórias do projeto The Girls On The Road, tocado por Taciana Mello e Fernanda Moura.
Elas viajam pelo mundo coletando histórias de mulheres que tiveram boas ideias, venceram o preconceito, superaram barreiras sociais e fizeram prosperar um negócio.
Há imagens desses périplos em uma reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, que focalizou o tema no Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, em 19 de novembro.
O objetivo de Taciana e Fernanda é mostrar que mulheres inspiradas e empoderadas são fundamentais na constituição de novas empresas, destinadas a produzir riqueza e contribuir na construção de um mundo melhor.
Mas qual é a grande sacada neste projeto? É comprovar que o olhar feminino é capaz de descobrir oportunidades ocultas ao padrão masculino vigente.
É o caso das educadoras de Ruanda, na África, ou das mulheres que aprenderam a fazer negócios em meio aos conflitos da Faixa de Gaza.
Convém prestar atenção aos números e dados do Women’s Entrepreneurship 2016/2017 Report, do Global Entrepreneurship Monitor.
Em comparação com a pesquisa anterior, realizada dois anos antes, as taxas globais de Atividade Empresarial Total feminina aumentaram 10% e a diferença de gênero (proporção de mulheres para homens que participam de ações empreendedoras) diminuiu 5%. É um avanço enorme se considerado o curto espaço de tempo entre os dois estudos.
Há mais mulheres do que homens que declaram a necessidade como razão de empreender. No entanto, a oportunidade motiva a maior parte de ambos os grupos. Na turma impulsionada pela inovação, para cada mulher que cita a necessidade, há pelo menos três que citam a oportunidade.
Esse boom de empreendedorismo feminino ocorre principalmente em países da África, como o Senegal; em asiáticos, como Indonésia, Filipinas e Vietnã; e América Latina, como México e Brasil.
O desejo de inovar também é uma característica do empreendedorismo feminino. Em 74 economias pesquisadas, as mulheres têm uma probabilidade 5% maior de estar adotando alguma prática inovadora.
Na América do Norte, 38% das mulheres relatam oferecer produtos ou serviços inovadores. No Oriente Médio e no norte da África, as mulheres relatam altos níveis de inovação e são 60% mais propensas do que os homens a considerar que suas ofertas sejam inovadoras.
Muitas vezes, a inovação alia a necessidade à oportunidade. Por vezes, um setor se apresenta tradicionalmente masculinizado, de forma que a iniciativa inovadora aproveita a chance de satisfazer demandas pouco valorizadas nos negócios convencionais.
É o caso do FemiTáxi e do Lady Driver, no Brasil, empresas que reúnem mulheres para oferecer a outras mulheres uma opção de transporte pessoal acolhedor e seguro.
Hoje, cada vez mais, desenvolvem-se canais de difusão das práticas empreendedoras das mulheres. É o caso da Rede Mulher Empreendedora (RME), idealizada por Ana Lúcia Fontes e Alice Salvo Sosnowski, que tem mais de 300 mil empreendedoras cadastradas e que acessam os diversos canais informativos do grupo.
O objetivo é oferecer voz, empoderar e incentivar as mulheres a assumir seus talentos, a desenvolver suas ideias e transformar seus sonhos em negócios.
Há uma característica fundamental a ser destacada nas empresas criadas e geridas por mulheres, conforme os estudos do RME. Quando seus negócios prosperam, elas costumeiramente investem em suas comunidades. Tendem, portanto, a tratar seus públicos de interesse como uma família estendida, apostando no poder colaborativo para melhorar o mundo.
Você está disposta a realizar seus sonhos? Aprenda com outras mulheres, pois elas são particularmente abertas a dividir o conhecimento adquirido.
Você é homem? Preste atenção no que elas estão fazendo. Na nave da reinvenção, elas estão na cabine de comando.
Afinal, a teoria, na prática, funciona.
Escrito por: Carlos Júlio