Segundo o ministro da Economia, próximos dois anos deverão ser agressivos nestas frentes
Através do ministro da Economia, Paulo Guedes, o governo federal anunciou que trabalhará nos próximos dois anos de seu mandato para avançar nas agendas de reformas e privatizações. De acordo com Guedes, a primeira metade do mandato foi utilizada para reduzir despesas.
“Dedicamos esse primeiro ano, um ano e meio, para atacar as grandes despesas do governo, jogamos na defesa. Nos próximos dois anos, vamos para o ataque. Vamos para as privatizações, para a abertura, para simplificação, reforma tributária, a reindustrialização em cima de energia barata”, disse o ministro, ao participar do 3º Encontro O Brasil Quer Mais, evento virtual organizado pela International Chamber of Commerce Brazil (ICC).
De acordo com a Agência Brasil, Guedes afirmou ainda que os três maiores gastos que o governo conseguiu controlar foram com a Previdência, juros da dívida pública e salários de servidores. Além disso, citou a reforma administrativa enviada ao Congresso Nacional.
“O mais difícil foi o controle de gastos que está sendo implementado há algum tempo. Falta agora o movimento final: pacto federativo, desindexando, desvinculando, desobrigando despesas, travando essas despesas e entregando os orçamentos públicos à classe política”, disse.
Guedes afirmou que os próximos projetos do governo envolvem a abertura da economia brasileira para o comércio internacional por meio de acordos comerciais e a aprovação de reformas. Disse também que espera avançar em reformas onde há consenso político para aprovação, após o término do período de eleições municipais.
“Acho que daqui até o fim do ano vamos aprovar uma pauta comum onde há acordo na Câmara, no Senado e no Poder Executivo”, disse. Segundo o ministro, “bons candidatos” para a aprovação são projetos como o de Lei de Falências, o marco regulatório do gás natural e cabotagem, Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, com medidas para controle de gastos, e a independência do Banco Central.
Retomada
Guedes, assim como o governo, é otimista quanto à recuperação da economia brasileira, ainda que especialistas em saúde pública ressaltem o aumento do número de casos de Covid-19 no País. A situação poderá impactar ainda mais a economia nacional, a partir de isolamentos mais rígidos nas maiores capitais brasileiras.
“O fato hoje é que todas as regiões do Brasil estão criando empregos, todos os setores estão criando empregos. A economia brasileira voltou em V [rápida recuperação, após a queda] como nós esperávamos para surpresa de organizações internacionais”, afirmou o ministro, desconsiderando alguns números que ainda indicam retração e incertezas em diversas regiões do País.
Outra visão otimista do ministro diz respeito à criação de empregos. De acordo com ele, o Brasil chegará ao final de 2020 com saldo de perda de 300 mil empregos, o que representaria 20% do que foi perdido em 2015 e 2016.
Guedes desconsidera, entretanto, que boa parte da força de trabalho brasileira simplesmente deixou de buscar empregos formais, recorrendo à informalidade e empreendedorismo forçado para gerar alguma renda. Resta saber como boa parte da população reagirá economicamente nos primeiros meses de 2021, quando o auxílio emergencial do governo deve ser interrompido.
*Com informações da Agência Brasil
Escrito por: Redação